CIDADE

Participação de pais na vida escolar melhora desempenho dos filhos

Dados são da plataforma educacional Mapa da Aprendizagem

Publicado em 28/09/2019 às 16:04Atualizado em 18/12/2022 às 00:40
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A presença dos pais ou do responsável pode ajudar as crianças e adolescentes a terem um melhor desempenho escolar, de acordo com dados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa). O exame internacional avalia estudantes de 15 anos de cerca de 70 países e dos dados estão disponíveis na plataforma de dados educacionais Mapa da Aprendizagem.

A plataforma reúne os dados coletados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), no Pisa 2015, que é a última edição com os resultados disponíveis. Nesse ano, o enfoque foi em ciências.

Entre os estudantes que disseram que os pais se interessam muito pela vida escolar, a média de desempenho em ciências foi 414,08 pontos. Já entre aqueles cujos pais não mostram interesse na escola, a média foi 357,19. A diferença equivale a quase dois anos de estudos entre os dois grupos.

Participação dos pais

No Brasil, 50,2% dos estudantes dizem que os pais têm interesse pelas atividades escolares. A porcentagem coloca o país na 24ª posição em um ranking de 49 países com o dado disponível. A média dos países da OCDE é 48,07%. Os dados brasileiros apontam que há diferença entre aqueles com maior nível socioeconômico, grupo no qual 63,2% dos estudantes relatam a participação dos pais, e aqueles com menor nível socioeconômico, com 46%.

“Pais que participam geram um ambiente de valorização da educação que é super necessário para o jovem se engajar”, diz o diretor executivo do Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), Ernesto Martins Faria.

Faria explica que participar da vida escolar é acompanhar a frequência escolar dos filhos, ou seja, saber se estão ou não indo para a escola, participar de reuniões e conversar com os próprios filhos. Não significa necessariamente corrigir os deveres de casa, isso poderá ficar a cargo da escola, mas ter uma clareza do que a instituição de ensino espera do estudante e se ele está engajado nos estudos. É importante, segundo o pesquisador, que pais e escolas ajam em conjunto.

“Os pais têm necessidades diferentes e disponibilidade de tempo diferentes. A escola pode fazer um diálogo, estabelecendo um combinado com os pais”, diz Faria, que acrescenta: “O mais importante é que os combinados sejam claros para que não haja uma relação conflituosa das escola criticando pais por não participarem e dos pais criticando as escolas por conta de expectativas de aprendizagem que não acontecem”.

O Mapa de Aprendizagem foi desenvolvido pelo Iede, Fundação Lemann e Itaú BBA e disponibilizado, em primeira mão, para a Agência Brasil. O objetivo da plataforma é facilitar o acesso aos dados do Pisa. É possível consultar os dados dos países participantes da avaliação e de cada um dos estados brasileiros. Além de consultas, é possível fazer comparações personalizadas.  

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