CIDADE

Funcionários dos Correios em greve fazem doação de sangue

Movimento optou por atrelar a mobilização a uma ação em favor da sociedade, iniciativa já adotada por outros sindicatos

Luiz Gustavo Rezende
Publicado em 13/09/2019 às 21:19Atualizado em 18/12/2022 às 00:13
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Funcionários dos Correios que estão em greve na sala de espera do Hemominas para a doação de sangue

Trabalhadores dos Correios de Uberaba que estão em greve foram ontem à Fundação Hemominas para fazer doação de sangue. Segundo Wolnei Cápolli, presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e Similares de Uberaba e Região (Sintect-URA), 25 funcionários foram até o Hemominas e 14 deles efetivaram doação. De acordo com Wolnei, a ideia de levar os colaboradores grevistas para doar sangue começou em Uberaba e outros quatro sindicatos também adotaram a medida.

Ontem a Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect) afirmou que a direção da ECT manteve postura intransigente na audiência de mediação realizada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Outra audiência foi marcada para o início do próximo mês. 

A Fentect informa que reuniões nos próximos dias irão debater os rumos do movimento grevista e orientou os trabalhadores de todo o país a manterem-se na greve, procurando ampliar a mobilização com a realização de atos e passeatas e com realização de nova assembleia na próxima terça-feira (17). Segundo a Fentect o movimento grevista está crescendo nas capitais e no interior. Em nota, a federação afirmou que passeatas registradas são “uma resposta aos ataques da empresa e do governo que estão praticando assédio através de mensagens eletrônicas”.

TST determina que sejam mantidos 70% dos serviços prestados pela empresa. Decisão ontem do ministro Maurício Godinho Delgado, do Tribunal Superior do Trabalho, determinou a manutenção de 70% das atividades dos Correios. A audiência foi marcada rapidamente após sindicatos dos trabalhadores dos Correios anunciarem paralisação na última assembleia da categoria.

Godinho propôs a suspensão da greve o mais rápido possível. Relator do dissídio coletivo de greve da categoria, ele conduziu a audiência de conciliação entre as partes e propôs, como contrapartida, a manutenção dos termos do último Acordo Coletivo de Trabalho (ACT) e do plano de saúde para os pais dos empregados até 2 de outubro, quando o TST deverá julgar o dissídio.

O ministro também deferiu parcialmente o pedido de liminar formulado pela ECT e determinou de imediato que, durante a greve, 70% dos empregados e dos serviços estejam em atividade. O descumprimento da decisão acarretará multa diária de R$50 mil. No pedido de liminar, a empresa pretendia a manutenção de pelo menos 90% das atividades.

Após conversar com dirigentes dos Correios e das federações que representam os colaboradores, o ministro chegou à conclusão de que não vai ser possível obter consenso definitivo, por meio de conciliação, sobre as próximas normas coletivas que nortearão as relações de trabalho e o plano de saúde para os pais.

Por isso, comunicou que o processo estará na pauta de julgamento da Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) do TST já em outubro, no dia 2, às 14h30. No julgamento, o TST definirá as relações coletivas de trabalho até a data-base de 2020 e resolverá eventuais questões sobre a greve, iniciada na quarta-feira (11). O ministro destacou que a sessão foi marcada para o início de outubro, a fim de que sejam cumpridos os prazos previstos em lei para a realização de atos processuais necessários.

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