Foto/Jairo Chagas
Cleusa Cândida, viúva de Aldo Fachinelli, assistiu à morte do marido após ser baleado durante assalto
Cleusa Cândida Fachinelli, viúva do advogado Aldo Fachinelli, assassinado no dia 7 de dezembro de 2007, espera há onze anos por justiça. Ela diz que a morosidade judicial dificulta o encerramento de um ciclo, que teve início com a morte violenta do marido, decorrente de dois tiros, desferido na sua frente, dentro da própria residência.
O assassino, Wanderson de Freitas Oliveira, será levado a júri popular, na próxima quarta-feira (24), pelo crime de homicídio qualificado, por impossibilitar a defesa da vítima. Toda família está mobilizada para comparecer ao julgamento vestida de branco, simbolizando justiça e paz. Aldo Fachinelli foi morto um mês antes de completar 64 anos, após um longo dia de trabalho e de ter acompanhado a esposa a uma missa. “Era um homem exemplar, um pai de família, trabalhador, que não merecia uma morte tão covarde e violenta”, diz.
Cleusa estava em casa quando o réu invadiu a residência da família. O marido entrou em luta corporal com Wanderson e foi neste momento que o advogado foi atingido com os disparos de arma de fogo. Frente a frente com o agressor, ao lado do marido ferido, Cleusa ainda implorou que o mesmo fosse embora e não o matasse. “Nunca vou esquecer deste momento”, diz.
Wanderson só foi reconhecido seis meses depois pela viúva Cleusa e pelo genro Leonardo Teodoro, por meio de fotografias apresentadas pela Polícia Civil e após exaustivas investigações, comandadas pelo delegado Heli Andrade. Ambos são testemunhas oculares do crime. “Não tenho dúvidas de quem seja o assassino do meu marido. Eu estive cara a cara com ele. Nunca vou me esquecer daquele rosto, do olhar e daquele momento trágico que destruiu minha família. Há onze anos sofro com isso”, lamenta.
De acordo com o advogado Tiago Juvêncio, que atua como assistente de acusação, ao lado do Ministério Público, representado pelo promotor de Justiça Roberto Pinheiro da Silva Freire, o julgamento é técnico e bastante complexo, mas existe o reconhecimento válido pelas duas testemunhas – viúva e genro da vítima – e que serão ouvidas perante o Conselho de Sentença.
Wanderson foi denunciado e condenado por latrocínio – quando o autor mata para roubar. Mas o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) entendeu que o crime deveria ir a júri popular, por haver dúvida se ele queria matar ou roubar a vítima. O júri popular será presidido pelo juiz da 3ª Vara Criminal, Stefano Raimundo, e acontece a partir de 9h do dia 24 no Fórum Melo Viana.