CIDADE

Peças de brinquedo são usadas como prótese para tartaruga em Uberaba

Procedimento foi viabilizado pelo gerente clínico do Hospital Veterinário da cidade, Cláudio Yudi, e alunos do curso de medicina veterinária

Letícia Morais
Publicado em 10/04/2019 às 19:56Atualizado em 17/12/2022 às 19:47
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Fotos/Divulgação

Uma tartaruga de água doce possui agora um novo “apetrecho” para se locomover: peças de brinquedos e resina. O responsável pela criatividade e inovação é o médico veterinário e gerente clínico do Hospital Veterinário de Uberaba, Cláudio Yudi, com auxílio dos alunos do curso de medicina da Universidade de Uberaba. 

Batizada de Michelangelo, a tartaruga é conhecida como cágado-de-barbicha. De acordo com Cláudio Yudi, o animal foi recolhido pela Polícia Militar Ambiental e levada ao hospital para receber os cuidados médicos. “Nós fomos testando, como um quebra cabeça, qual é a melhor peça, sendo que duas se encaixaram perfeitamente com as rodinhas. Então achamos uma melhor conformação de o animal ficar na mesma altura e deu tudo certo”, afirma, acrescentando que não é possível substituir as patas da tartaruga, contudo, a prótese auxilia em sua movimentação na terra. “Esse animal além de se mover na água ele se movimenta no solo e nosso maior problema é que quando ela está na terra, poderia ferir a carapaça. Por isso, colocamos essas próteses para evitar a abrasão/ferida da carapaça”, justifica.

Para a aplicação das próteses foi utilizada uma resina, mas sem prejuízos à saúde animal. “Tentamos fazer o máximo possível para não ser algo invasivo. Por ser pequeno, o animal, de 15 centímetros, recebeu uma resina (cola) que adapta materiais orgânicos em tecidos vivos, sem causar nenhum tipo de intoxicação no animal”, garante o especialista.

Yudi explica que foram adaptadas oito peças de brinquedo que foram coladas na carapaça da tartaruga. A resposta do animal foi rápida e, segundo o veterinário, ele consegue se movimentar muito bem com as adaptações de rodinha. Apesar disso, o animal não poderá retornar à natureza por não ter as patas e, com isso, terá dificuldade na hora de nadar e mudar de ambiente. “Então ele ficará conosco, no hospital, para estudos e novas adaptações”, completa.

Criatividade animal

A tartaruga Michelangelo não é a primeira a receber uma prótese criativa pelo Hospital Veterinário de Uberaba (HVU). Foram, ao todo, oito animais atendidos, dentre aves carcarás, jabutis, cágado, lobo guará e, até mesmo, coruja. 

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