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Horário de verão começa e dá segurança ao sistema elétrico

Começou a vigorar à 0h de hoje o horário de verão, que se estenderá até 18 de fevereiro de 2018; moradores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste devem adiantar os relógios em 1 hora

Publicado em 15/10/2017 às 09:03Atualizado em 16/12/2022 às 09:49
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Começou a vigorar à 0h de hoje o horário de verão, que se estenderá até 18 de fevereiro de 2018. Os moradores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste devem adiantar os relógios em uma hora. Dez estados e o Distrito Federal terão o horário de verão. Segundo o engenheiro de planejamento energético da Cemig, Wilson Fernandes Lage, o objetivo dessa mudança é aumentar a segurança da operação do sistema elétrico brasileiro. “Nesse período, há uma redução da demanda máxima por energia durante o horário de pico de consumo, que ocorre entre 18h e 23h”, afirma.

O horário de verão foi instituído com o objetivo de permitir economia de energia no país em função do maior aproveitamento do período de luz solar. A medida foi utilizada pela primeira vez em 1931 e depois em outros anos, sem regularidade. Em 2008, ganhou caráter permanente e passou a vigorar do terceiro domingo de outubro até o terceiro domingo de fevereiro do ano seguinte. O governo federal chegou a avaliar o fim do horário de verão neste ano, depois que um estudo do Ministério de Minas e Energia indicou que o programa vem perdendo efetividade.

A análise mostrou que a intensidade de consumo de energia elétrica estava mais ligada à temperatura do que ao horário, com picos nas horas mais quentes do dia. Porém, o período de estiagem que o país enfrenta, quando hidrelétricas estão com níveis de água reduzidos, vem obrigando o governo a ligar as termelétricas (de operação mais cara) e até mesmo a importar energia de outros países. Por isso o Planalto optou pela manutenção do horário de verão, que deverá ser reavaliado ano que vem.

Mas, no entendimento do engenheiro Wilson Fernandes, da Cemig, a alteração do horário não tem nenhuma relação com o aumento do consumo de energia decorrente das altas temperaturas, típicas do verão, quando há uma maior utilização de equipamentos como aparelhos de ar-condicionado, geladeiras, ventiladores e freezers. “Devido a esse aumento, o consumo na parte da tarde não é alterado com o horário de verão, mas a mudança colabora para que não haja a ocorrência de um segundo pico de consumo, já que as pessoas passam a aproveitar por mais tempo a luz natural do dia, evitando assim a ligação simultânea de chuveiros, por exemplo, e da iluminação artificial”, explica.

Com a adoção do horário de verão, a Cemig espera uma redução na demanda máxima de 4,0%, equivalente a 350 megawatts (MW) de potência. Para se ter uma ideia, essa economia poderia abastecer a demanda de pico de município de 800 mil habitantes, equivalente à soma da população de Juiz de Fora e Sete Lagoas, em Minas Gerais.

A redução no consumo de energia é um benefício secundário, porém sempre desejável, pois as condições de geração de energia estão prejudicadas pelos baixos níveis de água em nossos rios e reservatórios, devido a uma sequência de anos com chuvas reduzidas. Nesse sentido, a economia esperada é de até 0,5%, que representa cerca de 110.000 megawatts-hora (MWh), suficiente para abastecer Belo Horizonte por nove dias.

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