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Grupo debate a questão da cultura do estupro e ontem realizou oficinas e, posteriormente, manifestação nas escadarias da UFTM
Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro realizou ato público "Contra a cultura do estupro". A ação aconteceu ontem no Centro Educacional da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), com oficina de cartazes e protesto na escadaria. Vestido de preto, como sinal do luto, o grupo pediu um basta a este tipo de violência.
Diante dos últimos casos registrados de estupro da cidade, indignado com fatos relatados, o coletivo promoveu este ato a fim de chamar a atenção da sociedade para o tema, que é preocupante. “Os estupros estão acontecendo majoritariamente com mulheres e isso é uma expressão do machismo, em face de uma construção social de que a mulher é subalterna, não é dona do próprio corpo, e, mesmo sem o consentimento, deve sofrer abuso sexual”, explica Mércia Lucia Gonçalves dos Santos, que é membro do coletivo.
Segundo Mércia, a intenção do ato público foi chamar a atenção, além da sociedade, das autoridades e das pessoas que praticam esse tipo de violência, que ninguém tem o direito de invadir um corpo sem permissão. “Estamos cansados de tanta violência, dos estupros, da violência psicológica, que também está associada aos casos. E ainda chamar atenção de como as vítimas, às vezes, se tornam culpadas, de que a violência aconteceu pois fizeram algo que permitisse, como exemplo, as roupas que usam. Enfim, situações que acontecem e as vítimas não são ouvidas”, explica.
O manifesto alertou que o atendimento a estas vítimas, em Uberaba, segundo o grupo, é precário e a polícia não está preparada, assim como os centros de referência para vítimas e os profissionais, que não são capacitados. Mércia destaca que este foi apenas o primeiro ato de muitos que ainda vão acontecer com este propósito. Será elaborado um calendário de ações que devem ser realizadas.