ALTERNATIVA

Presidente do Sintracol avalia que a greve dos motoristas de ônibus poderia ter sido evitada

Lídia Prata
Publicado em 12/05/2021 às 18:35Atualizado em 19/12/2022 às 03:50
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Greve dos motoristas do transporte público poderia ser evitada, caso técnicos da Secretaria municipal de Saúde tivessem sido chamados para explicar o calendário de vacinação aos representantes do sindicato da categoria. Essa conclusão ficou clara após a entrevista concedida pelo presidente do Sintracol ao programa O Pingo do Jota, nesta quarta-feira. Roberto Alexandre Vieira disse com todas as letras que a categoria está muito decepcionada e os diretores do sindicato mais ainda. “Passamos por mentirosos” - desabafou o líder dos motoristas

PERSPECTIVA BOA

Roberto Alexandre Vieira também destacou que a mera indicação de uma perspectiva de vacinação para os motoristas de ônibus no mês de junho já poderia ter evitado a greve. Mas, se tivesse havido mais transparência na conversa com a prefeita Elisa. 

Na verdade, o ruído na comunicação provocou toda essa celeuma, pois a prefeita garante que não prometeu uma data para a vacinação da categoria contra a Covid, enquanto os diretores do Sintracol afirmam o contrário.  

PROTEÇÃO JÁ

Enquanto a vacina não chega, as sugestões para melhorar as condições de trabalho dos motoristas do transporte coletivo parecem mais fáceis de viabilizar. É o caso, por exemplo, de suspender a circulação de dinheiro dentro dos ônibus, assim como o isolamento do primeiro banco nos veículos, de modo a evitar que usuários se sentem imediatamente atrás do motorista, sem guardar o necessário distanciamento.

CABINE ACRÍLICA

Outra sugestão passada por ouvinte do programa O Pingo do Jota, que é usuário do transporte público, é a instalação de proteção acrílica na cabine dos motoristas. O investimento é relativamente pequeno, face à segurança que proporciona. 

RISCO DE TODOS

“O que vai resolver mesmo é a vacina” - entende o secretário de Defesa Social, Glorivan Bernardes, dizendo que a proteção acrílica é uma boa medida, mas apenas paliativa. Além disso, ele frisou que neste momento o risco de contrair o coronavírus é de todos, e não apenas dos motoristas de ônibus. E, com base em entrevista da coordenadora da Vacinação ao Jornal da Manhã, é provável que a imunização das categorias profissionais comece de fato em junho.

QUESTÃO DE RESPEITO

Durante live no terminal oeste do BRT, mostrada no facebook da Rádio JM nesta quarta-feira, usuária do transporte coletivo reclamou da resposta dada por fiscal ao ser questionado sobre o horário do próximo ônibus, já que aquele estava lotado. Segundo a usuária, o fiscal a teria orientado a procurar um trator ou andar a pé para chegar ao seu destino. Imediatamente o secretário de Defesa, Glorivan Bernardes, acionou a Rádio JM para dizer que não compactua com comportamentos desrespeitosos e grosseiros de seus subordinados e pediu à usuária para formalizar queixa contra o fiscal. Está coberto de razão. O mínimo que se espera é que o servidor público trate bem os cidadãos que pagam seus salários e lhe garantem o emprego.

LOCKDOWN NÃO

Presidente do Diretório municipal do MDB, Fabiano Elias, descarta completamente qualquer possibilidade de defesa de “lockdown” neste momento, como medida de enfrentamento à pandemia. Segundo ele, o manifesto do partido divulgado no fim de semana deixa claro que outras medidas devem ser tomadas pelo governo municipal justamente para se *evitar o “lockdown”.

SEM POLITIZAÇÃO

Da mesma forma, Fabiano Elias garante que o MDB não entrou na onda da politização da pandemia. Nem quer tirar proveito político dessa tragédia que estamos vivendo.  “Não é hora de disputa política” - adverte.

HUMILDADE JÁ

Por outro lado, o presidente do MDB  ressalta que o manifesto do partido divulgado no fim de semana cumpriu apenas o justo direito de manifestação, como cabe a qualquer  outro partido, instituição ou cidadão. “Ou existe algum fato apontado no manifesto que não seja verdade?” - questiona, ressaltando que “o intuito dos apontamentos é contribuir para salvar vidas. Todos os apontamentos são graves e precisam ser corrigidos. Uberaba precisa ter a humildade de corrigir os erros.”

GÁS TOTAL

Serviço de Telemedicina implantado com apoio da Sociedade Civil Organizada e do grupo Médicos pela Vida, tem atendido uma média de 24 pacientes por dia, desde o início de suas operações, no dia 28 de abril. Nesta segunda-feira, no entanto, chegou a 45 pacientes e na manhã desta quarta-feira, somente até as 10h, já haviam sido atendidas 15 pessoas com sintomas de Covid. O serviço só funciona de segunda a sexta-feira pelo 0800 340 0019, e vem desafogando as Unidades Básicas de Saúde. O interessante é que o cidadão faz sua consulta por whatsapp, recebe a receita virtual e pode retirar a medicação gratuitamente na rede pública em seguida. Vale lembrar que esse serviço é voluntário, sem ônus para o município, e será realizado somente até 30 de novembro. Mas o resultado tem sido tão bom, que a prefeita Elisa pensa em adotar esse sistema de atendimento remoto em definitivo na área da saúde.

POUCO GÁS

Veja o que está acontecendo em Uberaba: quando um cidadão morre e deixa bens e direitos, a família tem de instaurar o processo de inventário dentro de dois meses, a contar do falecimento do inventariado,  e terminá-lo nos  doze meses subsequentes (CPC , art. 611).  A Lei Estadual fixa o prazo de seis meses para pagamento do imposto causa mortis, sob pena de multa em percentual variável, a partir dos 180 dias, além dos juros de 1%. O imposto incide sobre a avaliação feita pela Fazenda Estadual. Mas é aí que o drama dos familiares aumenta:  quando apresentam a relação de bens e direitos perante a Secretaria de Estado da Fazenda Estadual, exatamente para que ela informe o valor do imposto devido, o expediente fica lá parado por mais de noventa dias. Há casos de cinco meses de espera. Será que essa demora é proposital, para “vitaminar” os cofres públicos?

SEM DESCONTO

Quando o contribuinte paga o imposto causa mortis em até 90 dias, ele goza de um desconto de 15%. Na medida em que a Secretaria da Fazenda não promove a avaliação e libera a guia para recolhimento do imposto, os herdeiros já são prejudicados por não gozarem da redução do imposto. Pior: demora tanto que ficam sujeitos ao pagamento de multa, sem terem dado motivo ao atraso. Como tudo hoje é feito virtualmente, o contribuinte não tem a quem reclamar. Nem adiantaria, pelo visto, porque o Estado daria aquela eterna desculpa da falta de pessoal patati-patatá. Mas é preciso lembrar que o próprio estado tem desmontado sua estrutura de pessoal, ora juntando regionais, ora desativando equipes, em nome da contenção de despesas. Mas essa é uma economia às avessas. Se por um lado ganha ao não conceder o desconto de 15% e ainda cobrar a multa, por outro lado o Estado demora mais a receber o imposto.

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