ALTERNATIVA

Sem anunciar medidas concretas contra Covid na região, secretário de Estado de Saúde decepciona

Lídia Prata
Publicado em 17/02/2021 às 21:12Atualizado em 19/12/2022 às 04:40
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SECRETÁRIO DECEPCIONA

Secretário de Estado da Saúde esteve em Uberlândia nesta quarta-feira, junto com todo o seu staff, incluindo o adjunto da pasta, Marcelo Cabral. Carlos Eduardo Amaral falou, falou, mas não disse nada de concreto sobre as medidas a serem adotadas para brecar a escalada da Covid na macrorregião do Triângulo norte. Descartou lockdown geral na região e apenas revelou que estudam um distanciamento social que seja adequado e atenda ao objetivo de reduzir o número de casos da doença. Ok. Quais são essas medidas? Qual é o plano? Nada disso foi revelado, deixando a fala do secretário extremamente superficial  e passando a impressão de que estão todos literalmente perdidos, sem saber o que fazer, como fazer e por onde começar. Uma decepção total!

FILA DA AGONIA

É dramática a situação dos doentes de Covid em Uberlândia. Na tarde desta quarta-feira havia 328 pessoas esperando por atendimento hospitalar na cidade vizinha, segundo números da Central municipal de Regulação das Urgências e Emergências. Desse total, 42% eram pacientes com Covid, num total de 77 para enfermaria e 56 com indicação para UTI. Além disso, 24 pessoas com enfermidades diversas esperavam por leito hospitalar para tratar sequelas da Covid, em especial pneumonia. Esses pacientes se recuperaram da doença, mas enfrentam agora a chamada “síndrome pós-Covid”. Esse quadro é absurdo. Inadmissível, sob todos os aspectos. São pessoas marcadas para morrer por falta de socorro médico-hospitalar.

ACELERA, ZEMA!

Esse quadro visto em Uberlândia e cidades vizinhas decorre da lentidão do Estado em tomar atitude de investir em hospitais de campanha para socorrer os doentes. O governo Zema tem se mostrado claudicante em relação ao enfrentamento da pandemia desde o princípio. Agora o que se vê são vidas em risco, sem que sequer tenham o direito a uma tentativa digna de sobrevivência. É assustador o que está acontecendo em Uberlândia. E, se não abrirmos os olhos e cobrarmos providências imediatas do Estado, Uberaba poderá ser a próxima vítima desse caos na saúde! Precisamos nos antecipar ao caos e se preparar para o pior, mesmo que ele não aconteça. Depois do “leite derramado” só nos restará chorar por nossos mortos.

NEM PARTICULAR

A gravidade da situação de Uberlândia e região não tem precedentes. Tanto que o secretário municipal de Saúde, Professor Gladstone Rodrigues, admitiu que há inclusive pacientes entubados nas unidades de pronto atendimento e precisariam ser transferidos para os hospitais, mas não há leitos de UTI para eles. Nem mesmo os pacientes que pagam planos de saúde conseguem vaga em hospital particular. Enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos estão exaustos. Não aguentam mais dobrar turno para atender a tantos pacientes. “Poderemos ter pessoas vindo a óbito sem nenhuma assistência, à semelhança do que vimos em outros municípios do país” – alertou o secretário.

NA BRONCA

Vereador Marcos Jammal manifestou sua indignação com o governador Romeu Zema, a quem dirigiu uma carta aberta para cobrança de medidas concretas de combate à pandemia no Estado, em especial no Triângulo Mineiro. Na carta, ele reclama a falta de empenho do governo estadual em direcionar recursos para o custeio do Hospital Regional além de outras despesas da área de saúde. A dívida acumulada supera R$ 100 milhões que, segundo o vereador, se fosse paga, poderia atenuar a sobrecarga material e financeira, possibilitando melhor qualidade no atendimento aos pacientes. Reclama também da lentidão do Estado na vacinação contra a Covid.

PLANO B

Uberaba tem Plano B para o caso de colapsar a rede hospitalar. É o que garante a secretária adjunta de Saúde, Fabiana Prado. Em entrevista ao programa O Pingo do Jota desta quarta-feira, ela ressaltou que o Hospital Regional pode socorrer a rede privada, ampliando o número de leitos de UTI. Fabiana Prado também como não descarta a utilização emergencial do Hospital São José, apesar da pendência judicial que recai sobre o imóvel.

LUZ AMARELA

Ainda de acordo com a secretária adjunta, a taxa de transmissibilidade da Covid ainda está muito alta, apesar das medidas restritivas adotadas pelo Decreto 222. A evolução da pandemia em Uberaba vem sendo monitorada diariamente, e a secretária-adjunta não descarta a necessidade de adoção de novas condutas ou mesmo renovação das normas em vigor atualmente. Um novo decreto ou a prorrogação do prazo de vigência do Decreto 222 deve pintar por aí a qualquer momento.

SEM LIBERAÇÃO

Fabiana Prado considera extremamente difícil falar em flexibilização das restrições às liberdades individuais e coletivas em Uberaba nesse momento, como aconteceu com a derrubada da proibição de celebrações religiosas presenciais nos finais de semana. O quadro ainda não é favorável a ponto de permitir o relaxamento das medidas.

EM ESTOQUE

Uberaba ainda tem cerca de 2 mil doses de vacina contra Covid para imunizar a população. Procura tem sido baixa durante a semana, levando a Secretaria Municipal de Saúde a ampliar o convite para outros profissionais de saúde e idosos com menos de 90 anos. Já os cuidadores particulares de idosos ainda não estão incluídos nessa etapa.

TIME PRÓPRIO

Secretaria municipal de Saúde também está montando um comitê exclusivo para coordenar as ações de enfrentamento à dengue em Uberaba, incluindo técnicos e pessoal operacional. Já foram identificados os bairros com focos do aedes e agora o trabalho será intensificado nesses locais, até porque seria dramático escolher entre hospitalizar pacientes graves de dengue ou de Covid, nessa época de pré-esgotamento dos leitos na cidade.

AVISO PRÉVIO

Uberaba está prestes a perder o Big, sucessor do Walmart Supermercados. No estacionamento da loja da avenida Santa Beatriz são vistas placas informando que as atividades serão encerradas no dia 31 de março.

Em março do ano passado, as lojas Walmart em Minas Gerais foram reinauguradas, como parte do projeto de reestruturação dos hipermercados do Grupo Big, ex-Walmart Brasil. A mudança incluiu as lojas de Contagem, na região metropolitana, Uberaba, Uberlândia e Patos de Minas. Além da mudança de marca, o projeto de reestruturação incluiu a mudança na cor dos prédios, de laranja para azul, e a ampliação do mix de produtos. A julgar pela placa informando o encerramento das atividades, o Big sucumbiu à concorrência feita pela pluralidade de supermercados de bairro e atacadões instalados em Uberaba nos últimos tempos.

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