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Chegada da vacina contra Covid-19 pode liberar viagens ao exterior?

O início da imunização trouxe esperança, mas ainda não é garantia de reabertura em curto prazo de fronteiras internacionais

Gisele Barcelos
Gisele Barcelos
Publicado em 25/01/2021 às 06:56Atualizado em 18/12/2022 às 12:06
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Depois de muita especulação e incertezas, o Brasil se juntou a dezenas de países no mundo e iniciou a vacinação para imunização contra o vírus da Covid-19. A iniciativa será fundamental não apenas para controlar e superar a pandemia, mas também para ajudar na recuperação do turismo e da economia mundial.

Mas isso significa que haverá uma rápida retirada das atuais restrições para viagens internacionais? Haverá uma reabertura imediata das fronteiras ou permissão para a entrada de vacinados? Teremos um certificado internacional de vacinação, como acontece com a febre amarela? Qual postura podemos esperar dos governos dos Estados Unidos, Europa e dos países da América do Sul que limitaram a entrada de brasileiros ou de viajantes com origem no Brasil?

Por mais que existam mais de 100 países que estão abertos ao turismo de brasileiros, os Estados Unidos e os principais países da União Europeia ainda impõem severas restrições para os viajantes com origem no Brasil. Além disso, destinos turísticos importantes como Argentina, Chile e Peru estão mudando constantemente as regras imigratórias, proibindo a entrada de turistas ou exigindo quarentena e testes de Covid-19, trazendo incertezas e despesas adicionais para quem planejou uma viagem.

Entre as possibilidades de retomada do fluxo global de viagens, as posturas mais  prováveis dos países que hoje limitam a entrada de turistas sã

Liberação da entrada somente de vacinados (mais restritiva);

Liberação da entrada de vacinados sem testagem e de não vacinados mediante testagem prévia ao embarque ou na chegada ao destino (menos restritiva);

Liberação da entrada de todas as nacionalidades mediante testagem prévia ao embarque ou na chegada ao destino (menos restritiva).

Já existe uma nova geração de testes rápidos com antígenos que são mais eficientes e baratos do que o exame RT-PCR. Eles podem permitir a testagem dos viajantes em aeroportos com grande movimentação de passageiros, sem causar aglomerações. Uma alternativa pode ser o modelo adotado pelos Emirados Árabes Unidos em Dubai, onde o passageiro chega, realiza o teste, baixa um aplicativo e fica hospedado até receber o resultado, que costuma sair em menos de 12 horas.

Quando será possível voltar a viajar para o exterior com menos restrições?

Tudo vai depender de como a situação da pandemia vai evoluir no Brasil e no mundo, bem como da velocidade e dos resultados das campanhas de vacinação. O mais provável é que a retirada das restrições nos países ocorra apenas quando a situação da pandemia estiver mais controlada, o que ainda deve demandar alguns meses. Não é possível prever datas.

Estados Unidos, Portugal, Reino Unido e outros países estão vivendo agora o pior momento da pandemia desde o seu início, com recordes de casos e de mortes. Isso indica que o caminho até uma normalização pode não ser tão rápido quanto imaginávamos inicialmente, mesmo com a vacinação.

Há outras duas questões fundamentais que ainda não foram respondidas: Quanto tempo de imunidade cada vacina vai garantir, e em que medida após ser vacinada uma pessoa será capaz de contrair uma versão menos grave da Covid-19 e transmiti-la para outras pessoas. Será preciso aguardar mais alguns meses para ter essas respostas seguramente respondidas. E elas certamente vão ser consideradas na decisão dos governantes de reduzir ou não as restrições de viagem.

Para quem planeja viajar neste ano, devem surgir boas promoções de passagens aéreas porque a demanda por viagens internacionais ainda está em lenta recuperação. A dica é verificar a política de flexibilidade da companhia aérea (a maioria das empresas está oferecendo a remarcação sem multa, pagando a diferença de tarifa se houver) e utilizar a legislação vigente a seu favor. 

A Medida Provisória 1024 garante o cancelamento sem custo com crédito para uma nova viagem de viagens programadas até 31/10. Mas lembre-se, caso queira o seu dinheiro de volta, você pode ter que pagar as penalidades se o seu voo não tiver sido cancelado e ainda ter que aguardar os 12 meses previstos em lei.

*Gisele Barcelos é uma jornalista viajante, apaixonada por pesquisar novos destinos e montar roteiros para aventuras pelo mundo afora. Além do conteúdo para o portal do Jornal da Manhã, é autora do blog Checklist Mundo e do instagram Checklist Mundo, onde compartilha dicas para ajudar todo mundo a viajar mais e melhor.

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