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Piau nega envolvimento na compra das renúncias de vereadores

Paulo Piau negou que tivesse determinado as ofertas ou autorizado a realização de propostas em seu nome e que veio a saber do caso somente através da imprensa

Thassiana Macedo
Publicado em 29/10/2016 às 13:23Atualizado em 16/12/2022 às 16:49
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Foto/Reprodução

Audiência para colher os depoimentos de acusação e defesa na ação que apura corrupção eleitoral com oferta de terrenos e cargos na Prefeitura, realizada na última quinta-feira (27), durou pelo menos oito horas. O juiz da 276ª Zona Eleitoral, Habib Felippe Jabour, começou ouvindo os denunciantes às 14h e encerrou às 22h, com os depoimentos de Paulo Piau e J.Júnior. No dia 31, a partir de 13h30, serão ouvidas cinco testemunhas, depois o processo entra na fase de apresentação das alegações finais.

Segundo a advogada Roberta Toledo Campos, os candidatos a vereador do PEN, PSB e Pros confirmaram a denúncia de que receberam propostas de Hermany Andrade Júnior (J.Júnior) e Lawrence de Melo Borges para que renunciassem às suas candidaturas em troca de terrenos, cargos na Prefeitura e outros benefícios. Cláudio Isaías de Paula e Ariel Ruas de Oliveira afirmaram que foram até a Prefeitura, onde negociaram com Edilberto de Sousa Duarte, secretário-adjunto de Governo, os cargos disponíveis, e confirmaram a negociação que culminou na assinatura do terreno oferecido por J.Júnior e Lawrence, em nome do prefeito. No entanto, o advogado de defesa Jacob Estevam de Oliveira lembra que não há provas sobre a negociação com o secretário e lembra que todos afirmaram não ter tido contato direto com Paulo Piau em nenhum momento.

Segundo Jacob Estevam, Paulo Piau negou que tivesse determinado as ofertas ou autorizado a realização de propostas em seu nome e que veio a saber do caso somente através da imprensa. Ele relatou não ter controle sobre presidentes de partidos e ressaltou que Lawrence e J.Júnior nunca tiveram qualquer relação com sua campanha.

Porém, Roberta Toledo reforça que na gravação apresentada por Ana Nader, J.Júnior afirma que Piau havia autorizado a oferta e que a proposta objetivava desestabilizar a coligação de Antônio Lerin para que Piau vencesse no primeiro turno. Além disso, Roberta pontua sobre a relação de Piau com os acusados, visto que, de dezembro de 2015 até julho de 2016, Lawrence ocupou cargo de confiança de seu governo, como diretor da Central de Gestão Administrativa, Financeira e Contratos da Secretaria Municipal de Administração, e J.Júnior não só participou de vários eventos de campanha de Piau, como o convidou para sua festa de aniversário. Conforme a advogada, em sua fala, Paulo Piau também teria dito que a renúncia dos candidatos não lhe traria nenhuma vantagem, pois são políticos eleitoralmente inexpressivos e que teriam tido mais serventia a ele como cabos eleitorais, o que indicaria interesse em ter os candidatos como funcionários de seu governo.

Jacob Estevam destaca que foi Ana Nader que ligou chamando J.Júnior para conversar, pois enfrentava situação financeira difícil e que precisava de apoio. Ela mesma confirmou ter armado o flagrante. Por outro lado, Roberta Toledo lembra que ele reconheceu o vídeo com Ana Nader e a gravação da ligação com a candidata Célia, o que, segundo Roberta, atribuiu ainda mais licitude às provas juntadas ao processo. Para Jacob Estevam, ficou nítido que tudo foi preparado para atingir a campanha do Paulo Piau, porque a denúncia nunca foi levada ao Ministério Público, demonstrando o objetivo de prejudicar a campanha do prefeito.

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