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Governo de SP afirma que morte de adolescente não ocorreu por reação adversa à vacina

Publicado em 19/09/2021 às 14:41Atualizado em 18/12/2022 às 15:58
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A Secretaria de Saúde do estado de São Paulo concluiu nesta sexta-feira (17) que a vacina da Pfizer não foi a causa provável do óbito de uma adolescente de 16 anos, mas sim uma doença autoimune.

A jovem foi imunizada contra Covid-19 na cidade de São Bernardo do Campo (SP) e morreu sete dias depois. Na quinta-feira (16), o governo federal invocou o caso e decidiu suspender a orientação sobre vacinar adolescentes de 12 a 17 anos contra a Covid-19.

Em nota, governo paulista afirma que as análises técnicas indicam que não é a vacina a provável causa do óbito e sim uma doença identificada com base no quadro clínico e em exames complementares, denominada Púrpura Trombótica Trombocitopênica (PTT).

Segundo a pasta, a doença autoimune é rara e grave, e não há nenhum relato técnico até o momento que aponte o quadro como evento adverso pós-vacinação com o imunizante da Pfizer.

A análise foi feita de forma conjunta por 70 profissionais e reuniu especialistas em hematologia, cardiologia, infectologia e atuantes em centros de referência para imunobiológicos especiais do estado. Também colaboraram especialistas dos municípios de São Bernardo do Campo, Santo André e São Paulo.

Eder Gatti, infectologista que coordenou a investigação afirma que as vacinas em uso no país são seguras, mas eventos adversos pós-vacinação podem acontecer e que na maioria das vezes, são coincidentes, sem relação causal com a vacinação. Ainda reforça que, quando acontecem, precisam ser cuidadosamente avaliados.

"Os eventos adversos graves, principalmente aqueles que evoluem ao óbito, são discutidos com uma comissão de especialistas para se ter uma decisão mais precisa sobre a relação coma a vacina. Quando um caso vem à tona sem que este trabalho esteja finalizado, cresce o risco de desorientação, temor, de rejeição a uma vacina sem qualquer fundamento, prejudicando esta importante estratégia de saúde pública que é a campanha de vacinação", segue.​

O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, atribuiu o recuo a dúvidas sobre a segurança na imunização destes jovens e criticou estados que já começaram a imunizar os menores de 18 anos. Ele também criticou estados que anteciparam a vacinação de adolescentes contra a Covid-19.

Um dos motores da campanha de contestação à vacinação de adolescentes foi a ex-atleta de vôlei e comentarista de Os Pingos nos Is, Ana Paula Henkel.

Em 13 de setembro ela publicou no Twitter que a Saúde não recomendava a aplicação das doses em menores de 18 anos, quando a pasta, na verdade, já orientava a imunização destes grupos a partir de 15 de setembro. A publicação foi compartilhada pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).

Na quinta-feira, Henkel celebrou o recuo do Ministério da Saúde e disse, no Twitter, que Queiroga "mostra liderança na proteção de nossas crianças e adolescentes".

*Com informações do jornal Folha de S. Paulo

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