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Estudante é picado por naja e polícia investiga possível esquema de tráfico internacional de serpentes

Após ser picado pelo animal de “estimação”, conhecido da vítima escondeu animal atrás de um shopping para evitar multa

Publicado em 10/07/2020 às 18:18Atualizado em 18/12/2022 às 07:45
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Fotos/Reprodução

O tráfico de animais entrou em pauta nesta semana após um jovem ser picado por uma cobra nesta terça-feira (07), no Distrito Federal. O caso chamou atenção por se tratar de uma naja kaouthi extremamente venenosa, nativa de países da Ásia. Mas afinal, como a serpente veio parar no Brasil? A Polícia Civil do Distrito Federal, em coletiva de imprensa afirmou que o caso revela um esquema de tráfico de animais silvestres no DF. Entenda:

O estudante de veterinária, Pedro Henrique Santos Krambeck Lehmkul, de 22 anos, foi picado pela cobra, que era criada por ele. logo foi atacado pela Naja, Pedro foi levado ao hospital pelos pais. Ele apresentava palidez, tontura e dormência nos membros inferiores, sintoma que evoluiu e atingiu os membros superiores.

Enquanto Pedro era atendido, um amigo pegou a serpente e a escondeu para que as autoridades não a encontrassem. Contudo, a cobra foi localizada tarde de quarta-feira (08), dentro de uma caixa de plástico, próximo a um shopping.

A família de Pedro importou dos Estados Unidos doses de soro antiofídico. A busca pelo soro. As únicas doses disponíveis no país estavam no Instituto Butantan, em São Paulo. Os médicos enviaram ao Distrito Federal todo o estoque disponível.

O estudante chegou a entrar em coma induzido, mas acordou nesta quinta-feira (09). Ele apresentou melhora significativa e deve receber alta da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Maria Auxiliadora, neste sábado (11).

Investigações

Segundo o delegado Willian Ricardo, responsável pelas investigações na 14ª Delegacia de Polícia (Gama), os próximos passos dos agentes serão identificar a rede de comercialização dos animais. “As investigações vão avançar para dizer se esse tráfico era nacional ou internacional”.

Durante a manhã, quatro estudantes de medicina veterinária, amigos de Pedro foram ouvidos pela PCDF.

Um deles é apontado como responsável por esconder o animal enquanto estudante era hospitalizado. O jovem já foi autuado em R$ 2 mil pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). Segundo o delegado, este amigo não tem colaborado com as investigações e não assumiu ter participado do caso.

“Inicialmente, tínhamos notícias de uma cobra, mas suspeitamos que haveria mais animais e isso se confirmou, quando localizamos mais 16 serpentes no dia seguinte ao incidente“, diz o investigador.

Tanto ele quanto Pedro já receberam a multa aplicada pelo Ibama, por não terem permissão para manter o animal em ambiente doméstico – a legislação permite apenas espécies não venenosas para esse fim.

De acordo com Willian Ricardo, pesa sobre o grupo, ainda, a hipótese de que os animais eram usados para pesquisas. “Eles comercializavam esses animais. Não disseram como conseguiam as serpentes. Há suspeitas de que, possivelmente, eles iam comercializar as cobras apreendidas no Haras”, explica.

Sem registro

Segundo o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), não existe registro, nos últimos anos, de entrada legal de uma cobra dessa espécie no Distrito Federal. Ela agora está sob os cuidados do Zoológico de Brasília.

A suspeita de investigadores da Delegacia de Combate à Ocupação Irregular do Solo e aos Crimes contra a Ordem Urbanística e o Meio Ambiente (Dema) é de que a serpente tenha sido alvo de tráfico internacional de animais exóticos. Como Pedro não tem autorização para criar o animal, ele pode ser multado em até R$ 5 mil.

*Com informações Metrópoles

 

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