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Tratamento VIP: poltronas individuais podem se tornar regra geral em ônibus de viagem

Antes reservado para passageiros premium, o espaço extra pode virar item básico nos veículos de transporte rodoviário após a pandemia

Gisele Barcelos
Publicado em 06/07/2020 às 08:11Atualizado em 18/12/2022 às 07:38
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  Viajar de ônibus sempre foi uma alternativa bastante popular no Brasil. Antes da pandemia de coronavírus, passar horas (e até a noite inteira) na estrada não chegava a ser um problema, exceto quando ocorria o azar de ter uma pessoa que ronca na poltrona ao lado. Então, era comum ver excursões cheias de passageiros rumo a outras cidades ou terminais rodoviários lotados na véspera de feriados prolongados.   Porém, a nova realidade pós Covid-19 levantou agora novos riscos para a antiga prática de dividir o espaço com estranhos. Com isso, uma empresa especializada na fabricação de carrocerias para ônibus criou modelos com maior espaçamento entre as poltronas e uma série de itens para evitar contaminação dos viajantes.   Projetados principalmente para operadoras de viagens intermunicipais ou interestaduais, os novos ônibus têm capacidade reduzida de passageiros.   Em vez do modelo tradicional de 46 lugares e com pares de duas poltronas separados por um corredor, os carros podem passar a ter apenas duas filas de poltronas únicas. Outro formato oferece três fileiras de poltronas individuais, separadas por dois corredores, e com capacidade para 34 passageiros - algo bem mais confortável para os viajantes, mesmo em um mundo sem ameaça de coronavírus.   Além do espaçamento maior entre passageiros, os ônibus têm a parte interna revestida com material antimicrobiano nas poltronas, tapetes e área sanitária; cortinas isolando as poltronas; dispensador de álcool gel; e a aplicação de uma névoa seca desinfetante, que pode ser aplicada em intervalos de 24 a 72 horas.   De acordo com a empresa fabricante, o custo extra de um ônibus com essas características em relação aos veículos tradicionais não é significativo. Existe inclusive a possibilidade de reformar carros já em operação seguindo os novos padrões.  

Cuidado redobrado Apesar do estudo de novos modelos no transporte rodoviário, os passageiros que voltarem a pegar a estrada nos próximos meses devem encarar o mesmo formato antigo dentro dos ônibus.    No caso de Uberaba, o terminal rodoviário retomou o funcionamento nesta segunda-feira (6) e certamente as empresas de ônibus ainda não fizeram mudanças na frota. Adequações levam tempo e investimento financeiro, o que pode não ser tão viável depois de meses com operações reduzidas devido à pandemia.    Até os novos modelos de ônibus efetivamente começarem a circular no mercado, outros cuidados previsão ser tomados para a segurança dos passageiros na viagens rodoviárias. A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) já estabeleceu com medidas sanitárias  como procedimentos para a limpeza e desinfecção dos veículos  para prevenção da propagação do vírus no interior.    O órgão definiu que as operadoras poderão adotar estratégias para minimizar o contato entre os passageiros, mas não tornou obrigatório o bloqueio de assentos para assegurar o distanciamento entre os viajantes.   Já a Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (ABRATI) montou um protocolo de segurança sanitária a ser seguido pelo setor. A operação é conduzida em duas frentes: no pré-embarque e dentro do coletivo.   Antes do embarque, a preparação começa nos terminais com o espaçamento nas filas, disponibilização de álcool gel nos guichês e a suspensão temporária das salas vips para evitar aglomerações em ambientes fechados.    Além disso, a orientação da entidade é que a limpeza deve ser intensificada antes de cada viagem com a solução de quartenário de amônia, uma substância que age contra bactérias e vírus. O produto é borrifado em todo o carro para higienizar poltronas, cinto de segurança, banheiros e tudo que é tocado pelo passageiro.   De acordo com a associação, a maioria dos ônibus interestaduais tem ar-condicionado do mesmo modelo da aviação, filtrando 99,7% dos microorganismos no ar. Porém, o protocolo sanitário prevê a recomendação para o uso de máscaras durante todo o trajeto pelos passageiros dentro do ônibus. O mesmo vale para os motoristas.   *Gisele Barcelos é uma jornalista viajante, apaixonada por pesquisar novos destinos e montar roteiros para aventuras pelo mundo afora. Além do conteúdo para o portal do Jornal da Manhã, é autora do blog Checklist Mundo e do instagram Checklist Mundo, onde compartilha dicas para ajudar todo mundo a viajar mais e melhor.

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