GERAL

Pandemia agrava saúde mental, conflito familiar e desemprego de LGBTs, segundo estudo

Estudo do coletivo #VoteLGBT entrevistou mais de dez mil pessoas

Carol Rodrigues
Publicado em 25/05/2020 às 21:00Atualizado em 18/12/2022 às 06:37
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Pesquisa realizada pelo coletivo #VoteLGBT com mais de dez mil pessoas em todo o país indica que integrantes do grupo LBGT (sigla para lésbicas, gay, bissexuais, travestis e transsexuais) sofrem com o agravo do desemprego, problemas de saúde mental e tensões no convívio familiar durante a pandemia. O estudo teve a participação de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Segundo os entrevistados, lidar com problemas de saúde mental durante o isolamento social é a maior preocupação. Foi esse o maior temor registrado entre 44% das lésbicas; 34% dos gays; 47% das pessoas bissexuais e pansexuais e 42% das transexuais. O estudo do #VoteLGBT também aponta que 28% dos entrevistados já receberam diagnóstico prévio de depressão.

Problemas no convívio familiar foram citados como maior dificuldade no período por 10% dos LGBTs - desses, um em cada dois estão na faixa etária entre 15 e 24 anos. Adequação às novas regras de convívio social são o segundo fator de maior preocupação entre gays (19%) e lésbicas (14%) durante a pandemia.

O fator financeiro também impacta negativamente o grupo - 20,7% dos entrevistados disseram não possuir renda. Além disso, 21,6% afirmaram estar desempregados. O percentual é maior do que a taxa de desocupação da população brasileira no primeiro trimestre de 2020 - 12,2%. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua foi divulgada em abril pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Para a psicóloga clínica com ênfase em PsicoTerapia Sexual e Consultoria em Saúde e Educação em Sexualidade, Gênero e Diversidade, Marina Soares Remiggi, os agravamentos mencionados afetam a população geral no contexto atual. No entanto a profissional pontua que, quando se faz um recorte do grupo, muitos que perderam a renda precisam voltar para seus núcleos familiares, de onde já tinham sido expulsos. Revivem “Então inúmeras violências ou se encontram em situação de rua”, alerta.

Pesquisa

O estudo foi formado por um questionário com perguntas objetivas sobre temas como acesso a serviços de saúde; questões sócio-demográficas; emprego, trabalho e renda; percepção e impactos do coronavírus; acesso à informação e avaliação da atuação dos gestores públicos durante a pandemia. A participação dos respondentes foi anônima. A divulgação completa dos dados levantados será feita dia 28 de junho, data do aniversário da revolta de Stonewall, marco histórico da luta pelos direitos LGBTs. A pesquisa também questionou os entrevistados sobre o desempenho do presidente e dos governadores frente à pandemia.

 

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