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Coronavírus: "É isolamento e não férias", relata uberabense que mora em Lisboa

Carol Rodrigues
Publicado em 17/03/2020 às 20:01Atualizado em 18/12/2022 às 05:02
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Fotos/Leitora

Avenida Almirante Reis, uma das principais de Lisboa

Há pouco mais de uma semana, a uberabense Camila de Oliveira Paiva, de 24 anos, tem saído apenas uma vez ao dia, para tomar sol no parque. As aulas do curso técnico de assistência em escala estão suspensas. Na esteira, o retardamento do início do trabalho na companhia aérea onde cursa a formação.

Camila está morando em Lisboa, capital de Portugal

Na ferramenta de publicar fotos e vídeos visíveis por até 24 horas, o Instagram Stories, Camila postou um retrato dela e inseriu uma caixa de perguntas.

“Deixem suas dicas de quarentena” está escrito. Os conselhos poderão ser dados até mais ou menos as próximas cinco horas, quando a publicação desaparecerá.

Estudar alemão online e ler foram as atividades recomendadas viáveis, à exceção das brincadeiras. Ler, no entanto, já consta na lista de passatempo da jovem, além da meditação e da maratona de filmes.

De acordo com boletim epidemiológico da Direção-Geral da Saúde atualizado esta terça-feira (17), em Portugal, são 448 casos confirmados - 180 na região de Lisboa e Vale do Tejo. No dia anterior, eram 331 resultados positivos. Enquanto isso, 4.030 pessoas aguardam o resultado. Um óbito foi contabilizado.

Reflexos

“Lisboa sempre foi uma cidade muito movimentada, cheia de turistas, oportunidades de trabalho, economia girando... Mas a situação agora está bem diferente”, relata ela após cerca de dois anos na cidade.

Ruas vazias e escolas, academias e restaurantes fechados. Assim ela descreve um pouco da cidade.

“Ninguém está saindo. O Governo indicou ficar em isolamento. Quem pode trabalhar em casa, fica em casa”, pontua. Aglomerações e andanças em grupos também estão restritas. “Se a polícia vir muita gente junta, já interfere.”

A ida ao supermercado não diverge muito. “Temos fila e podemos entrar apenas em grupo de pequenas pessoas. E, ah, precisa colocar luvas também”, continua.

Pelo menos na região central de Lisboa, onde ela reside, faltam máscara, álcool em gel e luva. “Talvez quem more em uma região mais afastada não sinta esse impacto”, pondera.

Com medo de sair na rua “porque você nunca sabe quem tem o vírus”, diz ela nunca ter imaginado viver tal situação. “É isolamento, e não férias”, define.

Pergunto à Camila sobre as piadas e memes brasileiros que encharcam as redes sociais. A jovem diz que o vírus também já foi motivo de zombaria entre os portugueses. “Brincávamos com as pessoas que usavam máscaras, até que chegou em nossa porta”.

E aconselha: “As pessoas têm que ter consciência e evitar para que não chegue. Uma vez que chega, chega para valer”. 

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