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Você sabe o que é lixo eletrônico?

Você pode estar produzindo e-lixo sem saber; confira e descubra

Publicado em 13/12/2019 às 06:46Atualizado em 18/12/2022 às 02:47
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A velocidade com a qual a tecnologia se renova é tão intensa quanto a empolgação pelo consumo, seja pelo smartphone mais moderno, a TV mais tecnológica ou um computador mais veloz e potente. Mesmo quem consegue controlar os ímpetos consumistas acaba trocando de aparelhos eventualmente. E o que é feito dos antigos? 

Sem nenhuma nova utilização, esse eletrônico antigo se torna o chamado e-lixo ou resíduo eletrônico. Qualquer coisa com um plug de tomada ou uma bateria e que já não está mais sendo usado pode ser considerado lixo eletrônico. 

Mas o e-lixo não é composto somente por aparelhos quebrados, como muita gente acredita. Segundo Hernani Dimantas, pesquisador colaborador na USP em Sobrevivência Planetária e fundador e articulador de projetos sobre lixo eletrônico, explica que “o principal gerador do lixo é a obsolescência programada, ou seja, aparelhos que funcionam, mas já não tem a capacidade de serem usados para aquilo que foram fabricados”. 

O exemplo mais próximo de nós de obsolescência são os smartphones, que perdem funcionalidade com rapidez incrível: ficam lentos, travam sem parar e testam a paciência dos usuários, justamente para despertar neles o desejo por um novo. 

Este é o ciclo da indústria: empresas fabricam produtos mais avançados, com novas tecnologias, para substituírem os antigos. Por um lado, essa produção é positiva, uma vez que gera milhões de empregos ao redor do mundo (e milhões em lucro também). Quanto a isso, um dado curios das 10 empresas mais valiosas do mundo segundo a Brand Finance, 5 estão envolvidas diretamente na produção de eletrônicos. 

Por outro lado, a alta produção gera toneladas de resíduos tóxicos – afinal, eletrônicos são compostos com elementos tóxicos. E o prejuízo para o meio-ambiente é evidente. Dados da ONU apontam que aproximadamente 50 milhões de toneladas de lixo eletrônico são produzidas todos os anos. Parece alarmante. E é! 

O estudo Global E-waste Monitor, que compila as informações mais recentes sobre o assunto, aponta que somente em 2017 foram produzidos 44,7 milhões de toneladas de e-lixo. Esse tantão de resíduo eletrônico é equivalente ao peso de nada menos que 4,5 mil torres Eiffel. Para se ter uma ideia, é como se cada pessoa no mundo produzisse seis quilos de e-lixo. 

Os maiores responsáveis pela geração de resíduos eletrônicos por ano são a Europa e os Estados Unidos. O Brasil é o 7º no ranking que mede os produtores de lixo eletrônico do mundo, ficando atrás ainda da China, Japão, Índia, Alemanha e Reino Unido. Estima-se que cada brasileiro produza entre 7 e 10kg de e-lixo por ano. 

Confira no infográfico explicativo abaixo, produzido pelo pessoal da Betway Cassino Online, os principais dados sobre o e-lixo e aprenda a dar a melhor destinação ao seu lixo eletrônico. 

Os dispositivos pessoais são responsáveis pela metade do e-lixo produzido. Smartphones, computadores, monitores, TVs e tablets têm ciclo de uso menor e acabam sendo trocados com maior frequência. Eletrodomésticos maiores, como geladeiras, micro-ondas, aquecedores e ar-condicionados são os demais principais responsáveis pelo e-lixo gerado. 

Mostrando imagens cada vez mais definidas em telas hi-tech, as smart Tvs levaram a um descarte que tem chamado a atenção nos aterros: as TVs de tubo, que acabam sem lugar na casa de qualquer um. No Brasil, a produção desses aparelhos se encerrou em 2014, logo após a Copa do Mundo. A evolução da tecnologia é tão galopante quanto a falta de preocupação da população com relação ao descarte. Outro “vilão” nos aterros é o smartphone, cujo tempo médio de vida é de 18 meses. 

É tanto resíduo eletrônico que acaba sendo hercúlea a comparação de números. O relatório da ONU, por exemplo, diz que o peso do e-lixo produzido anualmente equivale a todas aeronaves comerciais já produzidas. Você imagina quantas são? Só o Boeing 737, que é o avião comercial mais vendido da história, produziu cerca de 11 mil unidades desde seu lançamento, em 1967. 

Outra grande dificuldade é estimar o quanto de lixo eletrônico o ser-humano produzirá no futuro. A expectativa é que ultrapassemos a marca de 52 milhões de toneladas anuais em 2021. As previsões mais pessimistas apontam que o número poderia pular para 120 milhões de toneladas anuais até 2050. 

Entende o tamanho do problema ambiental? “O lixo eletrônico é muito tóxico. É composto de metais pesados que podem poluir os mananciais. O descarte correto é uma tentativa de mitigar os problemas oriundos dessa toxicidade”, comenta Hernani. E os problemas não param por aí: o descarte incorreto pode gerar outros problemas, como o manuseio impróprio por pessoas que trabalham em locais sem protocolos de segurança, como os lixões. Segundo a ONU, a maior parte do material acaba em aterros, mas muito e-lixo é incinerado ou maltratado. 

Além disso, o smartphone encostado na cômoda pode até não poluir o meio-ambiente (ainda!), mas gera riscos à saúde de quem vive sob aquele teto. Guillermo Arslanian, diretor de operações da Trocafone, empresa que compra smartphones usados para revendê-los, explica que o cuidado deve ser redobrado. “A diferença é que essas coisas não estão impactando diretamente o meio ambiente, mas podem impactar na saúde, caso os componentes internos sejam expostos, manipulados de forma incorreta ou sofram variação de temperatura. Com crianças em casa, o cuidado deve ser redobrado”, comenta.

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