Fiscalização do Ministério do Trabalho em 2006 apontou irregularidades na fazenda de propriedade de Palmério
Foto/arquivo
Julgamento ocorrido na segunda-feira (18) no Tribunal Regional Federal da 1ª Região absolveu o reitor da Universidade de Uberaba (Uniube), Marcelo Palmério, de acusação de crime de trabalho escravo por parte da empresa Vale do Rio Grande Reflorestamento LTDA, no município de Catalão (GO). A decisão dos três desembargadores foi unânime.
Conforme nota divulgada pela Uniube, “o tribunal entendeu que as provas juntadas nos autos do processo são inteiramente favoráveis, não evidenciando, em nenhum momento, prática de tal crime”.
Procurado pela reportagem, Marcelo Palmério revelou que recebe o resultado com tranquilidade. “Recebi com tranquilidade, pois sempre acreditei que, no final, a verdade prevaleceria. Prova disso é que, mesmo sendo informado da prescrição do processo, em agosto deste ano, insisti com os meus advogados para que levassem adiante a referida ação”, comentou o reitor. Ele e sua equipe jurídica acreditam que a decisão unânime do TRF1 joga uma pá de cal no assunto e sedimenta quaisquer dúvidas sobre o que, de fato, ocorreu.
Palmério, contudo, lamenta o desligamento dos funcionários que trabalhavam na fazenda à época da denúncia. “A fiscalização do Ministério do Trabalho aconteceu em 2006, impedindo a continuação dos trabalhos por parte de pessoal terceirizado. Com isso, mais de 200 pessoas ficaram sem trabalho, tendo sido substituídas por duas máquinas que, até hoje, fazem o serviço. Gostaria de ressaltar que, à época, mantínhamos uma escola, em tempo integral, com mais de 50 crianças, sendo atendidas com as melhores práticas pedagógicas. Com as famílias deixando a fazenda, a escola teve que ser fechada e permanece assim até hoje”, explica.