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Megabarragem de 9,1 bilhões pode ser construída no norte de Minas Gerais

Mineradora chinesa tem projeto bilionário para complexo; licenciamento está em análise

Publicado em 13/09/2019 às 17:28Atualizado em 18/12/2022 às 00:14
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Foto/Divulgação Correio de MInas

Amostra de mineração em Congonhas em Minas Gerais

Foi assinado nesta quinta-feira (12), um protocolo de intenções com a Sul Americana de Metais (SAM), subsidiária da chinesa Honbridge Holdings, para a construção de um complexo de mineração de R$ 7,9 bilhões no norte de Minas Gerais. Todavia, a construção do mineroduto eleva o investimento total a R$ 9,1 bilhões.

Chamado de Bloco 8, o projeto inclui um mineroduto de 480 quilômetros que irá da cidade mineira de Grão Mogol até Ilhéus, na Bahia, passando por 21 municípios.O projeto prevê uma das maiores barragens de rejeitos do País e é condenado por entidades como o Movimento dos Atingidos por Barragens.

Inicialmente a cargo do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o projeto acabou tendo seu licenciamento desmembrado. A parte de mineração ficará a cargo da autoridade ambiental de Minas, enquanto o mineroduto, por cruzar a divisa do Estado, será licenciado pelo Ibama. Ele será construído e operado por uma empresa chamada Lotus Brasil Comércio e Logística, que seria independente da SAM.

A empresa afirma que a barragem tem um modelo seguro. Quando estiver em operação plena, o Bloco 8 terá produção de 27 milhões de toneladas de minério de ferro por ano, pouco menor que a da mina de Brucutu, da Vale, e semelhante à capacidade total prevista no projeto Minas-Rio, da Anglo, cuja logística também depende de um mineroduto.

O complexo terá uma usina de concentração de minério, barragens de água e barragem com capacidade para suportar 845 milhões de metros cúbicos de rejeitos. A barragem da Vale na mina de ferro Córrego do Feijão, em Brumadinho, tinha capacidade para armazenar mais de 12 milhões de metros cúbicos de rejeitos. Seu rompimento, em 25 de janeiro, liberou uma onda de lama que matou 249 pessoas e deixou 21 desaparecidas.

A barragem de Fundão da Samarco, em Mariana, tinha armazenados 55 milhões de metros cúbicos quando se rompeu, em novembro de 2015, de um total de 111 milhões de metros cúbicos licenciados.

Críticas ao projeto

Em publicação divulgada na quarta-feira, 22 entidades, entre as quais sindicatos, o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Comissão Pastoral da Terra e o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), afirmam que esse será um “projeto de morte”, com impactos severos para a região do semiárido de Minas.

“Caso o projeto seja aprovado, serão totalmente destruídas pelo menos 11 comunidades tradicionais geraizeiras em Grão Mogol, mas os impactos serão sentidos ao longo de toda bacia do Rio Jequitinhonha e do Rio Pardo, caso consigam aprovar a operação da mina e do mineroduto”, diz o manifesto.

*Com informações do Estadão

 

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