Nascidos em meados dos anos 90 até 2010, a chamada Geração Z, tem impulsionado a taxa de suicídios no Brasil. Segundo a psicóloga, Vera Lúcia Dias, a dificuldade de lidar com frustrações associada aos acontecimentos da vida podem resultar em casos de autoextermínio.
“Uma coisa que preocupa muito nessa moçada de hoje é que eles tem uma resistência muito baixa às dificuldades. Terminam o primeiro namoro, acham que não vão superar e tentam se suicidar, por exemplo”.
Estatísticas divulgadas no Setembro Amarelo pelo Centro de Valorização da Vida (CVV) mostram que pessoas entre 15 e 29 anos são a segunda faixa etária com maior quantidade de mortes no mundo e a terceira no país. Para a especialista, os números estão ligados ao momento da vida da pessoa.
“São pessoas que estão ingressando no mercado que não é fácil, tentando descobrir aquilo que gostam profissionalmente, o primeiro emprego é muito difícil na atualidade, então, é uma conjunção de fatos. E eu diria também que essa cultura da felicidade que a gente vê no Facedook - todo mundo na festa, feliz e bebendo - às vezes, faz com que a pessoa ache que só ela é infeliz e não vive aquilo, mas a vida não é uma festa”, analisa Dias.
Ainda, a especialista afirma que o suicídio é multifatorial e está relacionado a vulnerabilidade mental do tentante que pode ser agravada por problemas financeiros, divórcios, desemprego, entre outros.
O crescimento de casos de depressão e transtornos de ansiedade também impactam.
Conforme dados do CVV, o Brasil é o país com maior prevalência de ansiedade no mundo, com 9,3% da população adoecida. Já a depressão afeta 11,5 milhões de pessoas, o que representa 5,8% dos habitantes, colocando o país com maior prevalência na América Latina e o quinto no mundo.