Transtornos mentais são a terceira maior causa de concessão de auxílios-doença e aposentadorias por invalidez no país. Em Minas Gerais a situação não é diferente: média de 30.450 afastamentos por ano entre 2012 e 2016. Apesar dos números alarmantes, os trabalhadores nessa situação ainda são vítimas de rejeição e preconceito.
Entre os principais motivos do adoecimento da mente estão as cargas de trabalho excessivas, metas pouco realistas, falta de reconhecimento e até práticas de assédio moral e sexual aliadas ao medo da perda do emprego. O afastamento acomete sobretudo as mulheres, que são 57% do total, segundo dados da Organização Internacional do Trabalho. Um dos motivos é o papel duplo que elas desempenham em casa e no trabalho; além disso, o risco de assédio sexual e discriminação de gênero são outras explicações para a preponderância. Mesmo que as mulheres sejam mais numerosas na concessão do benefício, a duração e o valor médios do benefício são superiores para os homens.
Em Minas Gerais, a depressão e outros transtornos ansiosos são as causas mais frequentes de concessão de auxílio-doença por transtorno mental, acumulando 62.155 afastamentos em cinco anos. Contudo, somente 7,6% dos casos foram considerados acidentes de trabalho. De acordo com a Previdência, o baixo índice se deve à “intangibilidade” do adoecimento mental, já que seus sintomas nem sempre são visíveis, e à resistência das empresas em reconhecer o prejuízo à saúde dos trabalhadores.
*Com informações do jornal O Tempo