Especialista em reprodução explica método de congelamento de óvulos

 Foto/Jairo Chagas

Danilo Koga explica que o congelamento dos óvulos é seguro, mas a eficácia depende da idade da mulher no momento do procedimento

Na atualidade, cresce a cada dia o número de mulheres que acaba deixando o sonho de ser mãe para depois dos 30 ou até mesmo dos 45 anos. O congelamento de óvulos pode ser opção para quem deseja adiar uma gravidez.

Segundo o especialista em ginecologia, obstetrícia e reprodução humana, Danilo Koga Morimoto, quanto mais tarde a mulher decide congelar os óvulos, mais caro e difícil será assegurar boa chance de ter um filho. Ele explica que cada ciclo tem um custo elevado e, com o passar dos anos, cada ciclo resulta em menos óvulos e cada óvulo tem menor chance de gerar uma gravidez.

Considerando a média por idade, o especialista diz que para atingir 80% de possibilidade de ter um filho, uma mulher de 30 anos precisaria de apenas um ciclo, enquanto uma de 38 anos precisaria de quatro e uma de 42 anos precisaria de 20 ciclos. “O congelamento dos óvulos é relativamente seguro e válido por tempo indeterminado. Contudo, a eficácia do método depende da idade da mulher no momento do congelamento”, orienta.

Danilo Koga destaca, ainda, que ao longo dos anos, além da perda do número de óvulos, há também o aumento dos riscos. “A pior qualidade leva a uma maior dificuldade para engravidar e maior risco de aborto. Há, ainda, um aumento no risco de ter um filho com síndrome de Down”, afirma.

Na avaliação do especialista, o ideal seria que toda mulher com mais de 25 anos, sem planos concretos de ter um primogênito em um futuro próximo, pense sobre o congelamento de óvulos. “Antes dessa idade, o congelamento seria indicado apenas em casos em que a mulher for submetida a um procedimento que pode danificar os ovários, como quimioterapia ou cirurgia ovariana”, completa Danilo Koga.