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Estudo aponta que maioria dos brasileiros com problemas urinários não se trata corretamente

A pesquisa contou com a participação de mais de cinco mil pessoas, entre homens e mulheres com 40 anos no mínimo, representantes de todas as regiões do país

Publicado em 10/09/2017 às 17:08Atualizado em 16/12/2022 às 02:05
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Sintomas afetam 60% da população idosa Apenas 30% dessa população está sendo tratada Problemas impactam na qualidade de vida, autoestima e na produtividade profissional

Pela primeira vez, um estudo populacional epidemiológico sobre a prevalência dos sintomas urinários é realizado no Brasil. A pesquisa, conduzida pela Astellas Farma Brasil, com o apoio de cinco investigadores externos, contou com a participação de mais de cinco mil pessoas, entre homens e mulheres com 40 anos no mínimo, representantes de todas as regiões do país. “Para nós, foi uma surpresa comprovar um índice tão alto de prevalência dos sintomas e a falta de tratamento”, explica Machado Moura, diretor médico da Astellas.

Em geral, os resultados do estudo revelam, entre outras coisas, que a taxa de busca de tratamento entre indivíduos com sintomas urinários é baixa no Brasil: 60% das mulheres e quase 70% dos homens não procuram tratamento, apesar de reconhecerem os sintomas. Além disso, cerca de 50% dos homens e 70% das mulheres relatam pelo menos um sintoma urinário. Entre os sintomas, alguns exemplos são a urgência para urinar, o jato fraco, a necessidade de fazer força para urinar e a perda de urina. “Apesar de não termos levantado isso no estudo, a vivência clínica indica-nos que a população em geral acaba acreditando que esse tipo de problema é natural do envelhecimento e descarta a possibilidade de tratamento, o que poderia ajudar a melhorar sua qualidade de vida”, afirma o médico do Hospital das Clínicas, Cristiano Gomes, um dos investigadores que participaram da pesquisa.

O estudo, no entanto, mostra que aproximadamente 50% das pessoas relatam que seus sintomas urinários geram incômodo significativo. “É sabido que os que sofrem com problemas do trato urinário podem ter que fazer mudanças nos comportamentos e hábitos sociais, além da perda de produtividade”, explica o especialista.

A qualidade de vida, nesse caso, é afetada por distintos fatores, como físicos (limitações ou interrupções de atividades físicas), psicológicos (baixa autoestima, depressão, medo do odor da urina), sociais (redução da interação social, necessidade de planejar viagens e limitação no deslocamento distante de banheiros), domésticos (roupas íntimas especializadas, precauções com roupas), sexuais (fuga do contato sexual e intimidade) e ocupacionais (absenteísmo e redução de produtividade).

Sintomas vão da incontinência à obstrução da bexiga

Entre os principais problemas relatados na pesquisa estão a bexiga hiperativa, a incontinência urinária e os sintomas urinários associados à hiperplasia benigna da próstata.

A bexiga hiperativa resulta da contração involuntária do músculo da bexiga durante a fase do seu enchimento com urina. Entre os seus principais sintomas destacam-se a necessidade súbita de ir ao banheiro, o aumento da frequência de micção e a perda de urina (incontinência urinária). Ela atinge em torno de 25% dos homens e das mulheres, conforme dados da pesquisa. Já a incontinência urinária, caracterizada pela perda de urina involuntariamente, pode ser um sintoma de bexiga hiperativa ou ocorrer com o esforço (tossir, espirrar, exercícios físicos). Os índices de incontinência urinária chegam a 15% e 45%, respectivamente.

A hiperplasia benigna da próstata (HBP) é uma condição masculina caracterizada pelo aumento do tamanho da próstata com características benignas, portanto, sem qualquer relação com o câncer no órgão. O aumento da próstata, que envolve a porção inicial da uretra, faz com que ocorra uma compressão desse canal, o que pode atrapalhar a saída da urina. Em alguns casos, pode causar obstrução do esvaziamento da bexiga, levando à retenção de urina, infecções do trato urinário e, em alguns casos, podendo levar à piora da função renal. Os sintomas podem incluir diminuição da força do jato urinário e a necessidade de fazer força para urinar, urinar frequentemente, entre outros. A pesquisa demonstrou que mais de 20% dos homens apresentam sintomas moderados a graves de HPB.

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