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Médicos alertam para riscos de acidentes com fogos de artifício no mês de junho

Levantamento do CFM dá conta que de 2008 a 2016 ocorreram 4.577 internações de pacientes que se queimaram com artefatos explosivos

Publicado em 05/06/2017 às 15:43Atualizado em 16/12/2022 às 12:52
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 Foto/Divulgação

Em caso de acidentes, os especialistas orientam ainda que a vítima não deve se automedicar e deve ser encaminhada

imediatamente a um centro especializado

Com o início da tradicional temporada de festas juninas, especialistas recomendam redobrar os cuidados para evitar acidentes com fogos de artifícios. Segundo levantamento do Conselho Federal de Medicina (CFM), baseado em informações do Ministério da Saúde, de 2008 a 2016 ocorreram 4.577 internações de pacientes que se queimaram com artefatos explosivos. A média no país é 85 atendimentos só nos meses de junho, o que corresponde a um terço do total de ocorrências anuais.

O estado da Bahia lidera o número de acidentes, seguido de São Paulo e Minas Gerais. A probabilidade de ocorrência desse tipo de acidente cresce também no período de festas de fim de ano e em manifestações populares, como o que ocorreu recentemente durante os protestos em Brasília, no qual um rapaz perdeu alguns dedos da mão.

“Esses fogos em vez de explodirem no ar eles explodem dentro do morteiro, aí causam lesões catastróficas. São lesões mutilantes com perdas de dedos, perda de função e isso vai levar também à perda da qualidade de vida do paciente. Existem lesões menores, queimaduras que nem precisam de cirurgias reparadoras, não deixam tanta sequela, mas exigem tratamento prolongado, sacrifício do paciente, da família e também o custo social para o próprio país”, explica o cirurgião Carlos Henrique Fernandes, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão.

Os acidentes podem ainda levar à morte. Nos últimos dez anos ocorreram mais de 100 óbitos causados por queimaduras graves de fogos de artifício. Só em 2015, último ano que se tem registro de mortalidade por esta causa, foram 18 mortes, segundo o levantamento do CFM. A maioria das vítimas são homens e jovens.

Prevenção. O alerta dos médicos é dado nas vésperas do Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras, celebrado em 6 de junho. O objetivo é motivar os municípios a restringirem o uso dos fogos nas manifestações culturais e aumentarem o controle sobre a entrada desse tipo de artefato nos eventos. A Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão chama atenção ainda para o risco do manuseio clandestino dos fogos.

Em caso de acidentes, os especialistas orientam ainda que a vítima não deve se automedicar e deve ser encaminhada imediatamente a um centro especializado. “Há uma orientação de não colocar nada [no local queimado], porque as pessoas têm a tradição de colocar manteiga, pasta de dente, a pomadinha que tem em casa. A orientação é não fazer absolutamente nada. No máximo, pode lavar um pouco com água limpa, mas não deve cobrir. O ideal é levar para serviço médico, porque a região onde acontece a queimadura fica exposta a infecções, de forma que quanto menos manipular a região queimada antes de levar ao serviço médico é melhor”, recomenda Jecé Brandão, vice-presidente do CFM, e conselheiro da entidade pelo estado da Bahia.

 Fonte: Agência Brasil

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