GERAL

Incidência do câncer de mama serve de alerta para necessidade de prevenção

Segundo o Inca, a doença é o tipo mais comum de tumor entre as mulheres no mundo e, no Brasil, responde por cerca de 25% dos novos casos a cada ano

Letícia Morais
Publicado em 23/10/2016 às 12:50Atualizado em 16/12/2022 às 16:54
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Foto/Jairo Chagas

Leandro De Vito reforça que o ideal é fazer o diagnóstico precoce, com o apoio do mastologista, por meio da realização periódica da mamografia

O câncer de mama ainda é um grande desafio para a Medicina. A afirmação é do mastologista Leandro De Vito. Ele destaca que a doença é uma das mais pesquisadas da atualidade, sendo que vários estudos são apresentados à comunidade científica, diariamente. “Mesmo com tudo isso, pouco avançamos na possibilidade de cura e de sobrevida das nossas mulheres. Assim, fica cada vez mais evidente que temos de concentrar nossos esforços em estratégias de promoção de saúde, a fim de não permitir que o indivíduo adoeça”, analisa o médico.

Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), o câncer de mama é o tipo mais comum entre as mulheres no mundo e, no Brasil, respondendo por cerca de 25% dos casos novos a cada ano. Estima-se que existam 57.960 novos casos em 2016, de acordo com o instituto. “O câncer é uma doença multifatorial, isso quer dizer que vários fatores levam ao desenvolvimento da doença, principalmente relacionados aos nossos hábitos e condições de vida, como alimentação rica em gordura de origem animal, excesso de peso, sedentarismo, o estresse da vida cotidiana, álcool, tabagismo, entre outros”, considera o especialista.

De acordo com De Vito, apenas uma pequena porcentagem das pessoas que desenvolvem câncer de mama apresenta alguma mutação em seus genes que foi herdada de seus antecedentes. “Já foram identificadas dezenas de mutações genéticas que têm relação direta com a possibilidade de desenvolvimento do câncer de mama. Embora testes genéticos para algumas destas mutações já estejam disponíveis comercialmente, é consenso entre os especialistas que a sua indicação deve ser extremamente restrita a casos especiais e conduzidos por um médico geneticista, preferencialmente, com apoio de equipe multiprofissional”, afirma.

O especialista diz que o ideal é fazer o diagnóstico em uma fase bem precoce, com o apoio do mastologista, por meio da realização periódica da mamografia. Leandro De Vito explica que com o exame é possível encontrar nódulos ainda não palpáveis. “Além, é claro, de outras alterações do tecido mamário, como microcalcificações, distorções e assimetria do parênquima que podem corresponder a um câncer inicial”, completa. (LM) Mamografia deve ser feita anualmente a partir dos 40 anos de idade, diz médico

Na última semana, o JM Online trouxe enquete relacionada aos exames preventivos do câncer de mama. Das 854 participantes, 12,3% confessaram que apesar de reconhecer a necessidade dos exames, não realizam a prevenção como deveriam. Outras 4,2% afirmaram não acreditar na necessidade dos exames periódicos.

Nesse sentido, o médico especialista em mastologia, Leandro De Vito destaca que ainda há muita polêmica em relação à periodicidade em que a mulher deva realizar a mamografia. “Contudo, a mamografia ainda é o melhor método de rastreamento populacional para o câncer de mama. O Colégio Americano de Radiologia e a Sociedade Brasileira de Mastologia defendem a realização do exame, anualmente, a partir dos 40 até os 70 anos”, afiança.

Para o especialista, com o crescente aumento da população acima dos 70 anos de idade em boas condições físicas e com ampla expectativa de vida, há de se considerar que a realização da mamografia, também, seja oferecida a este grupo de mulheres. “Isso deve ocorrer até o momento em que elas se sintam confortáveis, lembrando que o câncer de mama tem a sua incidência aumentada em relação à idade”, explica De Vito.

Prótese de silicone versus mamografia. Muitas mulheres que possuem implantes mamários de silicone afirmam ter receio de realizar o exame. No entanto, Leandro De Vito ressalta que existem técnicas específicas que, quando bem empregadas, possibilitam a realização de um bom exame.

Por fim, o especialista destaca alguns tratamentos, como o cirúrgico, quimioterápico, radioterápico e a hormonioterapia. “O tratamento cirúrgico clássico é a mastectomia, quando a mama é retirada completamente, e a quadrantectomia, quando se retirada a parte afetada com margem de segurança”, esclarece o especialista. Ele salienta que a hormonioterapia consiste na utilização de drogas que bloqueiam os efeitos dos hormônios femininos, como o estrogênio, sobre as células tumorais impedindo seu crescimento. “É reservado aos casos em que o tumor apresenta sensibilidade a estas drogas”, conclui.

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