GERAL

Relacionamento afetivo na terceira idade contribui para uma velhice mais saudável

É preciso incentivar os idosos a não terem vergonha de falar sobre sexualidade

Publicado em 10/07/2016 às 11:32Atualizado em 16/12/2022 às 18:10
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Foto Reprodução

Para Guilherme Pardi, é preciso incentivar os idosos a não terem vergonha de falar sobre sexualidade com o médico, o cônjuge e a família

Com o aumento da expectativa de vida e com o avanço da medicina, os idosos têm se mostrado cada vez mais dispostos a ter um relacionamento afetivo. Durante muitos anos, a pessoa que perdia seu companheiro permanecia solteira até o fim da vida. Em muitos casos, devido a preconceitos da sociedade e de membros da própria família, como explica a gerontóloga Elizabeth Carvalho dos Santos Freitas. “Hoje essa realidade tem mudado. Os idosos estão mais ativos, querem aproveitar a velhice de forma saudável e dividir a vida com um companheiro. Relacionamento afetivo não é privilégio de jovens e adolescentes. Idosos estão superando preconceitos e descobrindo que também podem ser felizes e realizados no amor”.

Para o médico geriatra Guilherme Pardi, ter um relacionamento amoroso na terceira idade traz mais qualidade de vida ao idoso. “É notável o bem-estar de um idoso que mantém um relacionamento afetivo. Ter um companheiro melhora a autoestima, o humor, o convívio social, o que reflete diretamente na saúde, pois ele passa a ter mais vontade de viver”, destaca.

Ainda segundo Pardi, com a evolução da medicina observa-se que o interesse sexual tem se mantido para uma boa parte dos idosos. “Tenho muitos pacientes sexualmente ativos. As pessoas que têm a atividade sexual como parte significativa de seu dia a dia, tendem a manter esse interesse, mesmo durante a velhice, pois sexualidade não é somente o ato sexual em si, mas o interesse pelo outro, o carinho, a vontade de estar junto”, explica.

O geriatra salienta também que os medicamentos voltados para estimulação sexual são bastante utilizados, pois cada vez mais os estudos mostram a isenção de efeitos colaterais, quando a medicação é utilizada da forma correta e após avaliação médica. “Pessoas de qualquer idade precisam de afeto, amor, atenção, companhia e cuidados. No caso dos idosos, é preciso apenas seguir as recomendações médicas e se prevenir”, alerta.

De acordo com Pardi, o índice de contaminação pelo HIV tem aumentado entre os idosos nos últimos anos, pois o tema sexualidade após os 60 anos é um tabu. “Os idosos não têm o hábito de utilizar métodos contraceptivos e as campanhas de prevenção às DSTs não são voltadas para esse público, o que prejudica a disseminação das informações sobre o tema. É preciso incentivar a população idosa a tocar no assunto, a não ter vergonha de falar sobre isso com o médico, o cônjuge e a família. Poder se relacionar afetivamente com alguém é muito saudável”, conclui.

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