POLÍCIA

Mulheres denunciam pai de santo após abusos sexuais em MG

Publicado em 18/06/2020 às 19:54Atualizado em 18/12/2022 às 07:10
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Um pai de santo foi preso nesta semana em Contagem (17), após denúncia de vítimas abusadas sexualmente. Quatro vítimas prestaram queixa: uma de Belo Horizonte, uma de Contagem, uma de Santa Luzia e uma que mora em São Paulo, mas tem parentes na capital mineira. Uma delas tentou pular do viaduto das Almas, na região Central do Estado, após o abuso sofrido.

Segundo a polícia uma das vítimas identificada estava muito resistente em prestar depoimento e fazer a denúncia por ter medo que o autor realizasse algum trabalho espiritual que pudesse afetá-la.

Duas das vítimas conversaram com a imprensa nesta quinta-feira (18). "Depois do banho ele me disse: 'olha tem que ser muito homem para fazer o que eu faço e não sentir nada. Fui para casa desnorteada. Perguntei para a amiga que me indicou se isso era normal dele fazer, e ela disse que não. Que isso era abuso", contou a vítima de 23 anos, sob anonimato.

Uma delas contou que passou por dois banhos e teve todo corpo alisado. "Eu fiz os banhos de limpeza, ele falava que era para me limpar porque eu estava muito pesada. Nos banhos ele rezava, pedia para eu repetir rezas, para eu mandar embora tudo de ruim que eu não queria na minha vida. As pessoas não têm estrelas na testa. Ele se aproveitou da nossa fé. Fomos resolver problemas e saímos de lá pior", finalizou.

A prisão preventiva, pai de santo de 78 anos,  tinha sido decretada em 10 de junho, pela juíza Marina de Alcântara Sena, da Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher e de Inquéritos Policiais de Contagem e cumprida nesta quarta (17). 

Na decisão que autorizou a prisão, a magistrada destaca que há prova da existência dos crimes e indícios suficientes da autoria, e acrescenta que a segregação do investigado é importante para evitar que ele coloque obstáculos à coleta de provas ou influencie testemunhas.

Tendo em vista, ainda, a pena para os delitos pelos quais ele pode vir a responder, que supera 4 anos, a posição hierárquica do acusado no terreiro, que lhe permitiria fazer novas vítimas, e a necessidade de assegurar a aplicação da lei penal, a juíza determinou a expedição do mandado de prisão preventiva.

Como se trata de inquérito policial, a tramitação do feito é sigilosa.

 

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