Li certa vez, mais ou menos o seguinte: “Um país sem passado, mais que uma nação sem presente
Li certa vez, mais ou menos o seguinte: “Um país sem passado, mais que uma nação sem presente, é uma nação sem futuro.” Preservar o passado, pois, é de grande importância por vários motivos: conserva-se viva a história de um povo em determinado lugar e em um espaço de tempo; aproveita-se a experiência relatada nos fatos e feitos para que se conservem e se repitam os bons momentos e se eliminem, com cautela, os maus; permite-se revisitar os heróis que fizeram parte da história, para que sejam mostrados às crianças e aos jovens, na dimensão de valor que merecem, para que jamais sejam esquecidos.
Não se escreve a trajetória de um povo da noite para o dia.
E a história de nosso país está precisando ser reescrita, pelo menos em parte.
Quando cada brasileiro faz uso do voto para eleger seus representantes políticos, espera, evidentemente, ser bem representado, de acordo com as necessidades do povo, para o crescimento do país, dentro dos parâmetros da seriedade e da ética.
Vimos, no dia doze do corrente mês, a Segunda Marcha contra a Corrupção e a Impunidade. Em várias capitais do país, saíram às ruas homens, mulheres e jovens, portando vassouras verde-amarelas, narizes de palhaço, faixas e outros adereços, uma volta dos caras-pintadas que, com sua força, tanto contribuíram para a derrubada de Collor, em momento tão delicado de nossa democracia. O que pleiteiam? Nada mais do que mudanças na política do Brasil: contra a corrupção que grassa em todos os meios políticos; pela constitucionalidade da Lei da Ficha Limpa; pelo fim do voto secreto parlamentar e pela continuidade do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), mais fortalecido.
Entidades não partidárias e sérias, como a CNBB (Confederação dos Bispos do Brasil), OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) e ABI (Associação Brasileira de Imprensa) apoiaram o movimento, na luta pela recolocação da democracia nos patamares – que ela merece – da ética e da cidadania, em respeito ao povo brasileiro.
Hoje as redes sociais na internet são grandes aliadas nas reivindicações populares: a falta de ações nos poderes constituídos provoca a mobilização popular, na luta pelos direitos de cidadania.
Insisto na fala inicial: “Um país sem passado mais que uma nação sem presente é uma nação sem futuro.” Não podemos permitir que o futuro do Brasil – tão necessitado de reformas éticas e cidadãs – seja comprometido por um passado inglório e por um presente que força o cidadão a temer pelo próprio futuro, pela descrença e desesperança em dias melhores.
Dia escolhido para as manifestações populares: Dia de Nossa Senhora Aparecida, Padroeira do Brasil: que ela aponte caminhos para que nosso povo receba de seus representantes – que ele escolheu – um presente e um futuro melhores, já que o passado não tem mais jeito...
(*) Educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro