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Não se arrependa

Danilo Lima
Publicado em 25/12/2013 às 16:38Atualizado em 19/12/2022 às 09:40
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 Uma enfermeira americana especializada em cuidar de pacientes terminais, lançou em 2011 um livro reflexivo e esclarecedor sobre os principais arrependimentos que um ser humano pode ter em seu leito de morte. O livro intitulado “The Top five regrets of the dying”, em tradução literal algo como “Os cincos maiores arrependimentos antes de morrer”, tem intenção clara de ajudar as pessoas a mudar o modo como enxergam a própria vida.   O primeiro dos arrependimentos constatados “Gostaria de ter tido coragem de viver uma vida fiel a mim mesmo, e não a vida que os outros esperavam de mim”. É comum dar de cara com pessoas que falam ‘Eu deveria ter viajado mais, ter feito mais pelos meus filhos’.  Muitas dessas cobranças são injustas com elas mesmas. Nós somos levados a acreditar que “aquilo” é importante para  a pessoa mas muitas vezes não é, elas próprias não nos pediram nada daquilo. Reflita: quando você deixa de fazer algo que é importante para si para poder fazer algo que supostamente é importante para outra pessoa, você está desperdiçando um tempo só seu e que nunca mais voltará.    “Gostaria de não ter trabalhado tanto”. Esse arrependimento é muito comum em  tempos capitalistas. “Ah, eu deveria ter dado mais atenção à infância de meus filhos. Brincado mais, aproveitado mais”. Se você teve a sorte de ter trabalhado no emprego dos sonhos, ter conseguido se realizar profissionalmente e financeiramente, é difícil se arrepender de algo. Mas se você fizer parte da maioria dos seres humanos que trabalham em um serviço estafante só para conseguir se manter minimamente, esse tempo, esse cartão de ponto batido todos os dias, vai te causar algum arrependimento. Deixamos em nossas relações afetivas portas entreabertas, meias palavras. Quem nunca “deixou pra lá”, gaguejou ao invés de gritar em uma discussão? “Eu gostaria de ter tido coragem de expressar meus sentimentos” está listado como um dos maiores arrependimentos na hora capital.  “Poxa, se eu tivesse dito que eu o amava?” Nestas horas as pessoas não fingem ‘socialmente’, como nós fazemos tantas vezes, elas são obrigadas a se desligarem desse espectro, no fim das contas demonstrar afeto é quase que a morfina que alivia nossas dores.   “Eu gostaria de ter mantido contato com meus amigos”. Quem nunca escutou aquela frase batida ‘Os amigos são os familiares que nós podemos escolher’? Nem sempre é possível ser feliz no ambiente familiar por N motivos, por isso ter amigos torna-se tão importante. Criar tais relações diminui as tormentas diárias. Tenha sempre poucos e bons. E finalmente “Eu gostaria de ter me deixado ser mais feliz”. Este arrependimento, segundo a geriatra do Hospital Albert Einsten, que divulgou a pesquisa no país, é o resumo de todos os outros, geralmente daquela pessoa que abriu mão da própria felicidade por algum motivo. Se hoje sua intuição te diz para não fazer, não faça. Procure o caminho que no futuro te traga paz. Quer alívio maior do que você poder falar “Eu faria tudo novamente?” Que nesse próximo ano você tenha tempo para si, tempo de reflexão, passe horas acompanhado por seus pensamentos, faça coisas importantes para você, apoie-se. E que fundamentalmente não tenha tempo para arrependimentos. Feliz 2014!   Danilo Limah –Estudante de jornalismo  

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