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Não à palmada?

Mais uma lei parece vir por aí: a proibição aos pais de usar de determinadas práticas de correção com os filhos

Terezinha Hueb de Menezes
thuebmenezes@hotmail.com
Publicado em 24/07/2010 às 20:37Atualizado em 20/12/2022 às 05:14
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Mais uma lei parece vir por aí: a proibição aos pais de usar de determinadas práticas de correção com os filhos, entre elas a palmada.

Apesar de possuir algumas restrições em relação ao Estatuto da Criança e do Adolescente, reconheço nele um meio eficaz de se evitar abusos como ocorriam antes e que, às escondidas, continuam acontecendo.

Agora, daí a aceitar como correta a intromissão das autoridades na forma de educar dos pais, parece-me absurdo.

Como será o processo? Se a mãe der uma palmada no filho e o vizinho denunciar porque ouviu a criança chorando, o que irá acontecer? Será prisão para a mãe?

Eu não me canso de falar neste espaço que a educação vem de casa, do lar. Os pais são os primeiros educadores dos filhos. E, às vezes, é necessária uma palmada para que a criança entenda a correção que se lhe é imputada.

Imagine o leitor, no momento após a palmada e o choro do filho, surgir alguém para admoestar a mãe: como fica sua autoridade diante do filho?

Não sou a favor de violência contra crianças e jovens. Aliás, não sou a favor nem da palmada. Mas daí a aceitar intromissão no lar sobre a forma de educar, a distância é grande.

Vi, de um especialista, o seguinte posicionament há formas muito mais crueis de se corrigir um filho do que por meio de uma palmada. Trancar uma criança no quarto não é mais agressivo? Usar de pressão psicológica, amedrontando-a com gritos e ameaças, provocando traumas para o resto da vida, não é pior?

É evidente que todo excesso, independentemente da lei prestes a ser aprovada, nos deixa contrariados e constrangidos. Não há pessoa normal que aprecie ver uma criança ser espancada, muitas vezes com instrumentos agressivos, como “vara de marmelo”, ou cintos guardados para tais ocasiões. Tais atitudes são covardes, configurando abuso do mais forte contra o mais fraco. Sabemos que pancadas não corrigem, não educam, apenas amedrontam e inibem com revolta aquele que recebe o castigo.

O mestre Murilo repetia sempre que educação é process os pais não podem perder uma oportunidade sequer para educar os filhos paulatinamente. Não se pode permitir que crianças e jovens percam a noção total do discernimento, do respeito, para depois tentar corrigir por métodos violentos.

Você, leitor, que levou algumas palmadas quando criança, tem mágoa de seus pais? Ou é agradecido a eles por o terem corrigido quando se fez necessário, tornando-o um homem de bem?

E mais: para que atropelar lei em cima de normas vigentes, já que a Promotoria de Justiça da Infância e da Juventude e os Conselhos Tutelares têm a função de zelar também pelo bem-estar de crianças e adolescentes?

De  mais a mais, o Brasil está de ponta-cabeça com tantos problemas e me vêm as autoridades com uma proposta dessas! Socorro!

(*) educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro

Visite o blog: thuebmenezes.blogspot.com

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