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Maneiras de dizer a verdade

Uma das grandes limitações das pessoas, de maneira geral, é na questão da comunicação. Não é nada fácil expressar opiniões ou pensamentos, de forma clara, verdadeira, sem ao mesmo tempo ferir sentimen

Eliana Barbosa
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 11:52
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Uma das grandes limitações das pessoas, de maneira geral, é na questão da comunicação. Não é nada fácil expressar opiniões ou pensamentos, de forma clara, verdadeira, sem ao mesmo tempo ferir sentimentos. Para dizer a verdade é preciso ser verdadeiro sim, mas não cruel. E é nesse ponto que muitos relacionamentos se deterioram, por causa da suscetibilidade maior ou menor que cada pessoa apresenta diante da verdade. Por isso, quando for se comunicar com outra pessoa observe: tem muita gente que vive na superficialidade e que não gosta de ouvir verdades negativas a seu respeito e, neste caso, é importante saber lidar com os seus melindres, dizendo o que for preciso dizer, mas de forma a não denegrir, e sim focando na capacidade da pessoa de fazer e ser melhor, ou seja, nas suas virtudes. Há um ditado que diz que a verdade é como uma pedra preciosa – se você a atirar no rosto de alguém, vai ferir esta pessoa, mas se você a embrulhar e entregá-la como presente, você vai agradar.

Dessa forma, cuidado com julgamentos ou com maneiras arrogantes de dizer a verdade, porque, ao julgar e colocar em foco os defeitos de outra pessoa, nesta postura de superioridade, você acaba demonstrando que ainda possui  dois dos defeitos que muito prejudicam o ser humano – o orgulho e a falta de caridade. 

Há um conto antigo, relatado por autor desconhecido, que fala de Tamerlão, poderoso e orgulhoso rei assírio dos séculos passados, que tinha um grande e monstruoso nariz, o que muito o aborrecia. Por isso, jamais permitiu que algum pintor o retratasse. Porém, quando já estava velho, seu filho e sucessor, preocupado com a possível ausência da efígie do pai na galeria real, tanto insistiu que conseguiu dele a permissão de se deixar retratar, mas com uma condiçã só aceitaria o retrato, como sua estampa oficial, se encontrasse um pintor que o pintasse a contento. Os artistas que não o agradassem seriam executados, conforme era tradição.  Não obstante o risco de morte, três grandes pintores do reino se apresentaram, para tentar o que seria a suprema obra de suas vidas. O primeiro retratou o monarca tal e qual, com o narigão deformado e tudo. O rei, vendo o quadro acabado, embora admirando o gênio artístico, enfureceu-se com a figura horrenda e mandou decapitar o infeliz artista. Veio o segundo e, temeroso, retratou o rei com um irrepreensível nariz. O soberano, sentindo-se ridicularizado, assinou igualmente a pena capital do segundo, sem comiseração. Chegou, então, a vez do terceiro, o qual, habilidoso, conhecendo a paixão do rei pela caça, retratou-o portando uma carabina, atirando numa raposa. E a coronha da arma tapava-lhe justamente o nariz. Vendo o resultado do trabalho, o monarca sorriu satisfeito e recompensou-o generosamente.

E você, amigo leitor, como tem dito a verdade para os outros – com uma rude franqueza ou de forma construtiva e caridosa? Pense nisso!

(*) palestrante; apresentadora de TV e rádio e autora de livros motivacionais

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