MAIS QUE UM JOGO. MUITO MAIS

A partida desta tarde entre o Uberaba Sport Club e o Tupi, de Juiz de Fora, é muito mais que um simples jogo do Campeonato Mineiro, que pode representar a passagem do time uberabense para a próxima fase da competição. Este jogo poderá ser um divisor de águas na história do clube. Vencendo, ele poderá continuar lutando para voltar ao seu verdadeiro lugar no cenário esportivo mineiro e brasileiro. Não conseguindo os três pontos, continuará habitando a vala dos mortos-vivos do nosso futebol. Chegando hoje aos 16 pontos, o Uberaba não só estará na próxima fase do certame estadual, como terá amplas possibilidades de garantir uma vaga para o Campeonato Brasileiro da Série D. Dentro do ponto de vista que defendo há muito tempo, quem não estiver entre os 100 clubes participantes do Campeonato Brasileiro estará, em curto prazo, fadado a extinção como clube de futebol profissional. Portanto, é de fundamental importância garantir uma das duas vagas ainda restantes para a quarta divisão do Brasileirão. A Federação Mineira de Futebol esclareceu esta semana: existem três vagas para Minas Gerais na Série D, e uma já é do Tupi, como campeão da Taça Minas Gerais 2008. Nada mais justo. As outras duas vagas ficarão com as equipes melhores colocadas do Campeonato Mineiro 2009, que ainda não estão em nenhuma série do Brasileiro. É claro.   Em um exercício de “futurologia”, baseado em possíveis resultados mais lógicos, cheguei à conclusão de que o Uberaba com mais quatro pontos nos dois próximos jogos ficará na quinta colocação. Poderá ter, então, amplas possibilidades de enfrentar o Rio Branco de Andradas na fase do mata-mata. Se meu raciocínio estiver correto, Democrata e Uberlândia, ou Tupi, serão os adversários de Atlético e Cruzeiro na próxima fase. Como para times do Interior, eliminar uma equipe da dupla da capital é missão impossível, o Uberaba mesmo se eliminado pelo Rio Branco, ficará com uma das vagas da Série D, por continuar melhor colocado que os adversários. De nada adiantará o exercício de “futurologia” se o time colorado não fizer o dever de casa, isto é: vencer o Tupi. Não há argumento que justifique outro resultado, que não seja o que garante três pontos ao representante uberabense. Nesta rodada de hoje, Uberaba, Uberlândia e Democrata precisam vencer os seus jogos, para continuar na luta pela classificação. Quem tropeçar poderá dar adeus às suas pretensões. As vantagens para a partida de logo mais são em número maior para o Uberaba. Joga em casa com apoio da torcida. Não teve que enfrentar uma viagem de quase 1.000 quilômetros. Não teve desgastes com a troca de treinador, embora isto até possa ser convertido em fator positivo, de acordo com a tradição do futebol brasileiro. Não vem de derrota em casa e etc. Psicologicamente o que é mais negativo para o clube colorado é um tal de tabu, que muitos gostam de enfocar, lembrando que dos últimos sete jogos o time de Juiz de Fora venceu seis. Prefiro não acreditar nesta história de tabu. Os jogos fazem parte do passado, os times eram outros e a atual equipe uberabense é melhor que a do adversário. O negócio é partir para cima e liquidar com este Galo o mais cedo possível.   GRANDE TOINZINHO Recebi do colega Lúcio Castellano, fanático torcedor do Santos Futebol Club, um e-mail mostrando um pouco da passagem, daquele que foi um dos maiores jogadores do Uberaba Sport Club de todos os tempos, pelo clube da Vila Belmiro. O artigo publicado no site SantistaRoxo mostra, entre outras coisas, que Toinzinho foi para o clube de Pelé em um dos piores momentos de sua história, os anos de 1975 a 1978. Diz a matéria, com inteira justiça, que o craque uberabense, “era um pequeno oásis no desértico elenco santista”. Ele foi contratado pelo Santos para ocupar o lugar do craque peruano Ramon Miflin, que por seu lado foi contratado para assumir a camisa 10 de Pelé, e não emplacou no time da Vila. Ao invés de ter como companheiro de ataque o antigo artilheiro Coutinho, ou o futuro artilheiro Juari, Toinzinho teve que formar dupla com um outro mineiro, oriundo do Vila Nova, de Nova Lima, o Totonho. Dizia-se em São Paulo que eles pareciam mais uma dupla caipira do que uma dupla de atacantes, vestindo a camisa famosa do até então único clube brasileiro a ser bicampeão mundial. A torcida santista mesmo ironizava seus atacantes afirmand “quem tinha Pelé e Coutinho agora tem Totonho e Toinzinho”.   Mesmo com toda fraqueza daquele time do Santos, Toinzinho marcou sua época na Vila Belmiro. Não deu para ganhar muitos títulos, mas mostrou que tinha bola para jogar em um grande time. Pena que os demais companheiros não o ajudaram a fazer boas campanhas por lá. Confira alguns detalhes da passagem do Toinzinho pelo Santos:  - Sua estreia com a camisa alvinegra foi no dia 17 de julho de 1975, no Uberabão, jogando o primeiro tempo pelo time uberabense e o segundo pelo santista, tendo entrado no lugar de Brecha.  - No dia 07 de dezembro o Santos empatou com o Bahia no Estádio da Fonte Nova, em Salvador, por 1 a 1 e nesta partida Toinzinho jogou ao lado do rei Pelé.   - No dia 08 de fevereiro de 1976, Toinzinho fez o gol da vitória do Santos sobre o seu Corinthians, na Vila Belmiro. - No dia 08 de fevereiro de 1977, após ter conquistado o Hexagonal do Chile, o Santos fez um amistoso na Argentina e goleou o Newll”s Old Boys por 4 a 1. Dois gols de Toinzinho, um de Ailton Lira e outro de Totonho. - No dia 25 de maio de 1978 Toinzinho fez a sua última partida com a camisa do Santos, na derrota para o Náutico, em Recife, por 2 a 0. O resultado provocou uma grande mudança no Santos e no jogo seguinte, três dias após começou a história do time denominado “Meninos da Vila”, que fez muito sucesso nos anos seguintes.   Do Santos, Toinzinho foi para o Palmeiras, Fluminense, Bahia, Internacional de Limeira, voltou ao Uberaba, passou pelo Nacional e encerrou a sua carreira aqui em Uberaba. Antes de ir para o Santos, Antonio Carlos Nomeline teve também uma rápida passagem pelo Cruzeiro. Bom domingo a todos e uma boa vitória do colorado contra o Tupi.