MÃE, quem quer que sejas, hoje é teu dia. Tu és sempre a mesma. Seja branca, negra, pobre ou rica, feia ou bonita, jovem ou idosa
MÃE, quem quer que sejas, hoje é teu dia. Tu és sempre a mesma. Seja branca, negra, pobre ou rica, feia ou bonita, jovem ou idosa, sadia ou doente, viva ou morta, tu és sempre a mesma: és minha mãe. Mesmo quando vaidosa, mesmo quando pecadora, leviana, interessada em futilidades, és mãe, sempre mãe. Sempre idêntica contigo mesma. Pareces com as mães de todos os continentes, do mundo inteiro, porque és a imagem mais pura, mais fiel do amor de Deus. Seja vestida de seda, seja vestida de farrapos, tu te transformas diante de teu filho arrancado com teu sangue de dentro de teu corpo. Teu rosto irradia uma luz misteriosa quando contemplas a face de teu filho.
MÃE, tu amas calada, sofres calada, rezas calada. Mãe, tu és o símbolo daquela que sempre espera. Canteiro de esperança. Tu esperas o filho que guardas no teu seio. Tu esperas teu filho dormir. Esperas que ele sare depressa. Esperas seu primeiro sorriso. Esperas a primeira palavra, o primeiro dente, a primeira oração. Esperas o filho que volta do colégio. Esperas o filho que volta da rua. Esperas o filho que volta só Deus sabe de onde. Mãe, tu esperas calada com o coração encostado no coração de Deus. Choras de alegria, choras de dor, choras do muito amor.
MÃE, tu és mãe. Jamais deixarás de ser mãe. És tão bela, minha mãe. Nem a velhice, nem as rugas, nem teus olhos já embaçados, nem teu andar difícil, mesmo quando perdes a razão e parece que não me conheces mais, mesmo assim és minha mãe e sei que me percebes, teu silêncio é um modo estranho de me amar.
MÃE, se ainda estás junto de mim, eu te peço, ponha-me novamente em teu colo e lá bem aconchegado quero ouvir tua voz: “Filho, eu te amo”. Quero receber teu beijo e me sentir seguro, sentir que existe alguém muito perto de mim. Mas, se já partiste para a Casa do Pai, sei que continuas a mesma, não mudaste tua identidade. És minha mãe eternamente. Se Deus é amor, és a imagem eterna do amor, da beleza de Deus, da paciência de Deus. Tu revelas Deus a este mundo duro e cruel.
MÃE, fica comigo, passa tuas mãos em minha cabeça para que eu sinta teu calor, o calor de teu colo, para que eu tenha coragem para viver.
Mãe, fica conosco, porque, sem Ti, somos apenas uns pobres coitados, és a praia onde encostamos nossos barcos avariados e nossas velas rasgadas.
Certo dia, uma voz se levantou no meio do povo e disse para Jesus: “Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram”. Mãe, esse ventre e esses seios são os teus também. Tua bênção, MÃE.