Mãe de Jesus e nossa Mãe

A figura de Maria me emociona.

Emocionam-me seus silêncios, sua mediação, com Jesus, em favor das necessidades do povo.

Emociona-me seu sofrimento calado, entregando a Deus o destino, na confiança plena, apesar do que poderia vir em seu desfavor, em relação à opinião dos outros: não titubeou em aceitar uma maternidade, aos olhos de tantos, à época, mesmo aos olhos do esposo, inicialmente, eivada de dúvidas e carente de explicações. Em nome de seu Deus, fecha os olhos aos perigos a que poderia expor-se e, de alma aberta, deposita-se nas mãos de sua Fé.

“Nossa Senhora, me dê a mão, cuida do meu coração, da minha vida, do meu destino, do meu caminho, cuida de mim.” As palavras de Roberto Carlos representam a crença que todos nós depositamos em Maria: da mesma forma que ela entregou sua vida nas mãos de Deus, todos nos entregamos em suas mãos maternais, para que ela conduza, também, nossas preces, tristezas, alegrias, decepções, esperanças ao coração do Senhor, intercedendo, assim, por nossas causas.

Em suas mãos, graças inextinguíveis, prontas a serem despendidas àqueles que delas necessitam. Seu olhar azul inunda de paz os corações que, na aflição, a ela recorrem. Acredito que seus olhos se rejubilem com os seres humanos, como disse certo autor em relação a Deus, quando graças são atendidas. Da mesma forma, lágrimas azuis devem brotar de seu olhar quando os sofrimentos humanos não são dissipados: nossa razão limitada jamais conseguirá entender os desígnios de Deus – ela, com certeza, os entende, como entendeu o sacrifício irremediável de seu único Filh apesar das chagas fazendo sangrar o coração, soube entregá-lo – dolorido, ferido, dilacerado – nas mãos de seu Senhor, mergulhada no incontido amor ao seu Deus, ora o Pai, ora o Filho e, mesmo, o Espírito que sempre lhe soprava aos ouvidos a necessidade da entrega e da confiança plena no Criador.

A Festa em louvor a Nossa Senhora da Medalha Milagrosa é prova inconteste de que seus filhos nela confiamos, pedindo-lhe que sempre proteja nossas famílias, que jamais se esqueça de dar-nos a mão, que nunca deixe de cuidar de nossos corações, e que nos acalente em seu colo de mãe quando os momentos se fizerem mais árduos. Assim seja!

(*) Educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro mailtthuebmenezes@hotmail.com