Uma grande preocupação de pais e educadores
Uma grande preocupação de pais e educadores diz respeito à postura de muitos jovens hoje em dia.
Do vocabulário de muitos deles, desapareceram ou nunca existiram as chamadas palavras mágicas: por favor, obrigado(a), com licença, desculpe-me, entre outras.
Também não usam mais cumprimentar as pessoas: normalmente, ficam tão absortos em seus aparelhos celulares e congêneres que nem percebem quem chega ou sai.
Ouvi, em uma conversa informal, depoimentos de dois pais amigos os quais me assustaram.
O primeiro comentou que fez uma festinha para comemorar o aniversário do filho adolescente. Foram convidados os amigos, da mesma faixa etária.
Primeiro estranhamento do pai: os convidados, apesar da idade, pediam bebida alcoólica, o que, evidentemente, foi negado.
Segundo estranhament os jovens entravam, sem nenhuma preocupação em cumprimentar os donos da casa. E todos se sentindo tão à vontade que, em determinado momento, o pai do aniversariante viu um rapagão, na maior sem-cerimônia, escarrapachado de bruços no sofá da sala. Da mesma forma, ao saírem, nenhuma despedida e ou agradecimento.
Desabafo do pai: “Antigamente, nós tínhamos que lutar contra cinco ou seis más influências na vida de nossos filhos. Hoje, com o iPhone, são vários grupos que interagem, fazendo com que eles considerem tudo normal: a postura criticada é foco fora de moda dos mais velhos, considerados ultrapassados e caducos. Enquanto ‘esses aparelhos aproximam centenas de pessoas desconhecidas, distantes e de toda espécie, afastam as pessoas próximas’ . É uma luta desigual.”
Depoimento do segundo pai: da mesma forma, uma festinha programada de confraternização que a família oferecia aos colegas do filh uma situação um pouco diferente: como eram já mais velhos, saídos já da adolescência, a maioria cumprimentou e se despediu dos donos da casa. O problema foi após a festa: parecia haver passado um vendaval pela casa: copos e latinhas jogados em todos os cantos, até mesmo na piscina e em cima do telhado. Um vandalismo total.
Por tudo isso, vemos o que vemos: é normal pichar, é normal sujar os cinemas, as ruas, é normal pouco importar-se com os ensinamentos dos mais velhos.
Preocupa-me, ainda, a postura das jovens, com palavreado muitas vezes chulo e desrespeitoso, também considerado normal, além do modo de se dirigir aos mais velhos, de se assentar, do som alto e estridente na fala, nas risadas escandalosas: falta finesse.
Os pais, coitados, não sabem, ou fingem não saber, para evitar o enfrentamento com os filhos.
Para a escola, sobra ensinar o que não aprenderam em casa, ou seja, educar: o que é uma lástima.
Felizmente, para alegria de pais e educadores, ainda existem muitos jovens que primam pela educação e pelo convívio caracterizado por posturas condizentes com as normas comportamentais tão almejadas por todos nós.
(*) Educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro