Cogito, ergo sum, significa “penso, logo existo”, ou ainda dubito, ergo sum, que quer dizer “eu duvido, logo penso, logo existo” são conclusões do filósofo e matemático francês, René Descartes (1596-1650), que após duvidar de sua própria existência, consegue comprová-la ao deduzir que pode pensar e, se está sujeito a tal condição, deve de alguma forma existir. Evoco este princípio do filósofo para começar a coluna de hoje, e o trago para o nosso futebol profissional. Se Descartes chegou à conclusão que para pensar é preciso existir, no futebol profissional é preciso jogar para existir. Logo então, digo eu: “quem joga, logo existe”. Filosofia à parte, vamos ao que interessa: se o Uberaba Sport Club vai disputar o Campeonato Brasileiro da Série D é porque ele existe e está entre os 100 maiores clubes do futebol brasileiro. Se o Nacional Futebol Clube não vai disputar o Campeonato Mineiro da Terceira Divisão, ele não está na relação dos clubes profissionais de Minas Gerais, logo não existe. Sei que nos tempos atuais é difícil e arriscado manter-se vivo e participar o ano todo de competições no futebol profissional, mas se um clube quer existir, ele precisa enfrentar estes desafios. Então precisamos reconhecer que a diretoria do colorado agiu com inteligência e coragem e vai passar pelo difícil teste da sobrevivência. Qual será o seu grande aliado neste desafi seu torcedor, sem dúvida alguma. A razão de ser de um clube de futebol é a sua torcida. Por mais que queiram nos dias atuais tentar transferir esta finalidade para a capacidade de “fabricar” atletas, jamais conseguirão. Clubes sem torcedores poderão até sobreviver empresarialmente apenas durante algum tempo, mas não tenho dúvidas de que com rapidez irão perecer, sem o calor humano que provem das arquibancadas. A fórmula para o Uberaba, por exemplo, parece-me bem simples: Uberaba com time+torcida = jogos. Logo o Uberaba joga. Viva o Uberaba, que existe! O outrora forte e respeitado Nacional Futebol Clube, que há poucos anos foi o único representante do Triângulo Mineiro na elite de Minas, pode não disputar a Terceira Divisão. Não importa se ele tem uma situação financeira considerada boa, um patrimônio livre e desimpedido, certidões negativas de débitos de toda natureza. Ele não joga, logo não existe como time profissional. Sem time não há jogos e nem torcida, só lembranças. As lembranças no futebol são agradáveis, mas não resolvem os problemas de hoje. Portanto, repito a frase que disse dias atrás e foi adotada por um grupo de torcedores alvinegros: acorda Naca! BOM PARA O USC A princípio não me parece ter sido ruim o grupo e a tabela da primeira fase da Série D, para o Uberaba. É bem verdade que ele terá como adversários dois times da Primeira Divisão do melhor futebol do Brasil, além do seu mais tradicional rival de Minas Gerais. Mas, para fazer uma boa campanha o colorado precisa vencer fortes adversários e, fazer isto no início, tem muitas vantagens. Montando um time competitivo, o Uberaba vai jogar de igual para igual com os outros concorrentes. O fato de estrear fora de casa, contra o adversário teoricamente mais forte me agrada. O time vai a Itu só tendo a ganhar, pois teoricamente perdido está. Nesta situação, ele conta a seu favor o fato de ser o primeiro jogo da competição, no campo do adversário, que terá a pressão da obrigação de vencer e numa situação em que cada time deverá ter poucas informações do adversário. Uma vitória na estreia deixa o time com moral para brigar pela vaga e uma derrota não o desmotiva. Classificando na primeira fase as chances de se chegar às semifinais são grandes. Os dois classificados do grupo vão enfrentar na fase seguinte os dois classificados da chave com clubes de Goiás e Mato Grosso, teoricamente menos fortes. Na terceira fase também. Um clube de lá, ou novamente um dos seus adversários da primeira fase. Risco de viagens longas, de adversários fortes do sul, do norte ou nordeste apenas da semifinal para frente. O mais difícil, parece-me que é a classificação na primeira fase o que vai, com certeza, depender muito do período e da qualidade da preparação de cada equipe. HORA DO NAÇA Voltando ao Nacional. O pior que pode acontecer ao alvinegro de JK é ele ficar como está: morto. A sua não confirmação na Terceira Divisão é uma coisa horrível para todos que dele gostam. É o tiro de misericórdia. A proposta do grupo de empresários e políticos de assumi-lo, precisa ser analisada rapidamente e se possível aceita. Já que não houve a confirmação de participação na disputa do campeonato, no momento certo a solução é esperar, que como sempre acontece, a Federação Mineira de Futebol na sua eterna bagunça, volte a dar nova oportunidade para os interessados. Se isto acontecer, tomara que com qualquer grupo diretivo o time confirme a sua participação, mesmo que seja para marcar a presença e mostrar que está vivo. Este grupo que se reuniu no início da semana, com torcedores e abnegados, tem pessoas sérias e interessadas em fortalecer o clube. Portanto, que se estude com respeito e responsabilidade suas propostas e se forem boas, que eles assumam logo o comando. Reconheço os méritos do Carlos Abocater, do Galinho e do José Humberto Morais no passado, mas não restam dúvidas que eles estão desgastados e cansados. Sem recursos para motivar e reanimar o clube. O Toninho da Sorte Imóveis já mostrou sua competência no futebol amador e, com bons companheiros, pode levar o Naça de volta aos seus melhores dias. Tomara que isto aconteça. BOM DIA PARA TODOS E UM BEIJO ESPECIAL PARA MINHA MÃE, DONA NINA, E PARA TODAS AS DEMAIS MULHERES QUE TIVERAM A FELICIDADE DE COLOCAR UM FILHO NO MUNDO.