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Hospital do Pênfigo

Nasceu do amor de uma mulher àqueles que têm muito a receber e pouco recebem. Do amor que faz de seus braços asas de acolhimento; de seu peito, um leito de cânfora; de seus olhos

Gilberto Caixeta
gilcaixeta@terra.com.br
Publicado em 06/10/2009 às 20:58Atualizado em 20/12/2022 às 10:16
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Nasceu do amor de uma mulher àqueles que têm muito a receber e pouco recebem. Do amor que faz de seus braços asas de acolhimento; de seu peito, um leito de cânfora; de seus olhos, luzes para os esquecidos; de suas pernas, aroeiras condutoras. Na sua personalidade acresceu-se o seu espírito, que se abraçaram sem conflitos no acolhimento aos portadores de fogo selvagem. Em Uberaba, poucos a entenderam, outros a criticaram, o poder público a ignorou por várias vezes, mas nada abateu a sua alma generosamente guerreira, comprometida com a caridade. Caridade que é lar estendido a todos; caridade que se move, recupera, ampara e acredita.

Inicialmente, como menininha olha o mundo com o coração; como mulher, continuou a olhá-lo com o coração e mãos a obra. Os seus olhos são tristemente esperançosos, o seu nome é Aparecida Conceição Ferreira, conhecida como Dona Aparecida. “Começou seu trabalho no ano de 1957, quando trabalhava como enfermeira no Isolamento da Santa Casa de Uberaba. Como o tratamento do Pênfigo era difícil e dispendioso, o hospital acabou por suprimi-lo. A abnegada servidora de Jesus não titubeou: levou os doentes para a sua própria casa”. Sem poder contar com a caridade do povo de Uberaba, D. Aparecida passou a viajar para São Paulo, onde pedia esmolas para seus doentes. Depois, à época, passou a contar com a ajuda de Chico Xavier, e ser auxiliada não só pelos seus amigos, mas também, pelas caravanas que vinham até Uberaba encontrar o médium, e pelos jornalistas Saulo Gomes e Moacir Jorge. Acabou por erguer o grande complexo hospitalar destinado ao tratamento da insidiosa enfermidade fogo selvagem: “uma doença cujos sintomas se assemelham a labaredas que percorrem o corpo e deixam na pele verdadeiras marcas de queimadura”, mas, até chegar à cicatriz, a ferida requer tratamentos não só devido ao sofrimento físico, como sobretudo,  pelo sofrimento moral do penfigoso. Uberaba, vagarosamente começou a enxergar o Hospital do Pênfigo - Fogo Selvagem. Que nasceu do amor incondicional, não é fruto de grupos institucionais, é resultado de uma história pessoal em prol de uma coletividade abandonada, mas nunca houve uma campanha ostensiva em favor desta instituição nas últimas décadas.

Agora, o professor Danival Alves Roberto, tão arredio ao aparecimento público, se apresenta ao lado de Dona Aparecida, em cartazes sensibilizando os uberabenses a doarem à causa do Hospital do Pênfigo. Portanto, nos estabelecimentos comerciais sérios, nos clubes de serviços comprometidos, nos locais públicos responsáveis vocês encontrarão cofrinhos em formato de porquinho. Neles podemos depositar moedas. Elas serão usadas em prol das entidades filantrópicas que compõem o Lar da Caridade, dentre elas, o Hospital do Pênfigo. Engajemos-nos nesta campanha, sob pena de sermos cobrados pelo tempo do arrependimento por não termos feito o que podíamos fazer. Que seja simplesmente doar nesta campanha de Amor. O tempo é implacável a nos cobrar o que poderíamos ter feito e deixamos de fazer. A omissão é um pecado, que se comete sem tê-lo cometido; acredito que seja uma expressão de Padre Vieira, no Século XVII.

(*) professor

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