AUSÊNCIA

Vereador de Uberlândia pede cassação do vice-prefeito que está em Israel

Publicado em 18/06/2025 às 08:15
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O vereador Dr. Igino (PT) protocolou na Câmara Municipal de Uberlândia, nesta terça-feira (17), um pedido de cassação do mandato do vice-prefeito Vanderlei Pelizer (PL). O parlamentar alega que Pelizer estaria descumprindo a Lei Orgânica do Município ao permanecer fora da cidade sem autorização legislativa. O vice-prefeito está em viagem a Israel e, segundo o vereador, a ausência não foi comunicada oficialmente ao Legislativo, o que violaria o artigo 44 da norma municipal.

De acordo com a legislação local, o chefe do Executivo ou seu vice não podem se ausentar do município por mais de 15 dias consecutivos sem aval da Câmara, sob risco de perda do mandato. Pelizer embarcou para Israel em 8 de junho, e ainda está dentro do prazo limite, mas, na avaliação de Dr. Igino, a recusa em retornar ao Brasil mesmo diante da possibilidade de evacuação caracteriza abandono de função.

Outro ponto levantado pelo vereador é um possível conflito de interesses. Segundo ele, o fato de a viagem ter sido custeada por entidades estrangeiras, como a Embaixada de Israel, pode configurar o recebimento de vantagens indevidas. "Mesmo que sejam reembolsos, isso compromete a imparcialidade exigida de um agente público", argumenta Igino no pedido.

A ausência de Pelizer coincide com a viagem do prefeito Paulo Sérgio (PP), que está no Japão representando Uberlândia na Expo Osaka 2025. A Prefeitura justificou que, por se tratar de um período inferior a 15 dias, o prefeito segue com plenas prerrogativas, já que os processos administrativos são eletrônicos.

Para Dr. Igino, no entanto, o argumento não se aplica ao vice-prefeito. "O vice existe para estar presente quando o prefeito está fora. O despacho eletrônico não substitui o compromisso físico com a cidade", afirmou. Ele também criticou a postura de Pelizer por permanecer em Israel mesmo após a evacuação de parte da comitiva brasileira, alegando que a decisão tem motivação política. "Ele está fazendo lives com políticos da extrema direita e se recusou a voltar mesmo sem risco iminente. Isso mostra que ele preferiu fazer militância política ao cumprir seu papel institucional", disse.

Ainda segundo o vereador, há indícios de que o vice-prefeito possa ter cometido improbidade administrativa ao aceitar benefícios da viagem e se manter ausente sem autorização. A leitura oficial do pedido deve ocorrer na primeira sessão ordinária após o recesso, marcada para 1º de julho. Para que a denúncia avance, será necessário o apoio da maioria dos vereadores em votação plenária.

A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Uberlândia para comentar o pedido de cassação, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. Caso haja manifestação, o texto será atualizado.

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