Marystela da Silva, de 31 anos, que produz panetones para vender. (Foto: Flávio Tavares/ O TEMPO)
As festas de Natal e Ano-Novo batem à porta. Juntas, elas trazem a oportunidade de render uma grana extra no fim do ano com os conhecidos “bicos”. Esse dinheiro pode ajudar na compra de presentes ou até mesmo aliviar as contas que chegam a partir de janeiro de 2025, como IPVA, IPTU e matrícula escolar.
Por conta disso, com base na pesquisa Vendas de Fim de Ano nos Pequenos Negócios Mineiros, do Sebrae Minas – feita com representantes de 869 MEIs e micro e pequenos empreendedores –, o Super Notícia ouviu especialistas para dar dicas sobre em que áreas um trabalho extra nesta época do ano pode render financeiramente.
De acordo com o levantamento, 42% dos entrevistados acreditam que serviços relacionados a alimentos e bebidas terão melhor desempenho. Eles são seguidos pelos serviços de viagens e hospedagens (37%), de eletrônicos (32%) e roupas (31%).
Analista do Sebrae, Victor Mota explica que o final do ano é a melhor época para investir em projetos rápidos para ganhar uma grana extra . “As pessoas querem comer algo gostoso, diferente, e muitas vezes escolhem gastar em coisas que antes não olhariam como prioridade. É nesse momento que vemos surgirem as oportunidades de oferecer serviços como montagens de festas e buffets, vender um produto diferente, como um panetone artesanal”, afirma Mota.
O especialista acrescenta que prestar serviços relacionados a produtos artesanais, como montagem e venda de embalagens de presentes, enfeites, como guirlandas, e até presentes é uma boa chance de lucrar. “Tudo que envolve fim de ano é oportunidade”, afirma.“O clima de final de ano traz otimismo e alegria. O Natal, por exemplo, é uma data que inspira as pessoas a demonstrar os seus afetos e sentimentos por quem gostam, admiram e amam. Como de costume, presentear nos inspira a oferecer produtos que são uma obra de arte e ainda podem ser uma delícia”, ressalta a confeiteira Marystela da Silva, de 31 anos, que produz panetones para vender.
Para o professor de gestão estratégica e empreendedorismo do Uniarnaldo Centro Universitário, em BH, como a economia fica aquecida em dezembro por causa da injeção do 13º salário, muitos consumidores se permitem ter gastos que lhes deem mais conforto. “As pessoas escolhem adquirir um serviço que, antes, sem dinheiro, pensavam em fazer sozinhas”, destaca.
A cozinheira Natália Figueroa, de 40 anos, conta que, às vésperas de Natal e Ano-Novo, com a venda de ceias por encomenda, consegue quadruplicar sua renda. “A pessoa que vai passar o Natal sozinha ou com menor quantidade de gente e que não quer perder tempo produzindo me contrata. Eu levo tudo embalado, e depois ela só monta nas próprias vasilhas na mesa”, conta.
Ela acrescenta que dezembro é o mês para fazer renda para o começo do próximo ano, quando a busca por esses serviços extras é muito baixa. “Para custear as minhas despesas de janeiro, eu foco muito trabalhar no final do ano, em novembro e dezembro. É benéfico demais para mim e para a minha família”, conta.
'Bico' fez sonho virar realidade
Rodrigo da Cruz, de 33 anos, começou a vida profissional como açougueiro, época em que fazia, por vezes, 12 ou mais horas de trabalho por dia. Aos fins de semana, ele era o churrasqueiro em festas da família e de amigos. Foi então que surgiu a ideia de criar uma butique de carnes finas.
Para realizar o sonho, e com o conhecimento que já tinha, Cruz passou a oferecer o serviço de mestre churrasqueiro em “bicos”, por meio dos quais juntou R$ 40 mil, e conseguiu investir no próprio negócio, a Mezenga Carnes, que funciona no bairro Buritis, em BH.
“O fim de ano é bom porque tem muitas confraternizações. O meu serviço, por exemplo, compensa pela mão de obra. A galera quer ter um profissional de qualidade, com bom material, atendendo na empresa ou na comodidade da sua casa”, afirma Cruz. Para ele, o segredo do sucesso é investir na experiência do cliente. “É uma época especial, então o serviço deve ser especial também. Isso faz o valor do serviço prestado”, conta.
Impacto
A pesquisa do Sebrae Minas aponta, entre os impactos positivos esperados pelos entrevistados neste fim de ano, 25% preveem o aumento da receita com as vendas, seguido de oportunidade de lucro (12%) e aquisição de novos clientes (10%). Já outros esperam renovação do mix de produtos e fidelização de clientes, ambos com 7%.
Fonte: O Tempo