Putin determina cessar-fogo em função da Páscoa, mas Ucrânia não garante adesão ao acordo

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, anunciou neste sábado (19) uma pausa temporária nas operações militares na Ucrânia em respeito à celebração da Páscoa. A trégua, segundo ele, vale até a meia-noite de domingo e foi apresentada como um gesto humanitário, com a expectativa de que Kiev também respeite o cessar-fogo.

O anúncio veio em meio à pressão do presidente norte-americano Donald Trump, que retomou o cargo em janeiro e exige avanços nas negociações de paz. Ainda assim, a Ucrânia adotou uma postura cautelosa, sem confirmar adesão à trégua, e denunciou novos ataques com drones russos mesmo após o pronunciamento de Putin.

Em tom cético, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, afirmou que não é possível confiar apenas nas palavras de Moscou. O chanceler ucraniano também reforçou que o país está atento a ações concretas, e não a promessas. A dúvida quanto à seriedade da proposta russa é compartilhada por soldados ucranianos na linha de frente.

Apesar das tensões, as duas nações realizaram neste sábado uma nova troca de prisioneiros: 246 de cada lado, além de 46 feridos. Esses intercâmbios têm sido uma das poucas pontes de cooperação entre os países desde o início do conflito em fevereiro de 2022.

Putin ainda alegou que a Ucrânia violou mais de 100 vezes os compromissos de não atacar infraestruturas energéticas e sugeriu que a resposta à trégua será um teste de boa fé para futuras negociações. Em paralelo, o Exército russo declarou ter retomado quase todo o território da região de Kursk, invadido por forças ucranianas em 2024.