Nascido em 1944 em Minas Gerais, ele deixa dois filhos
O fotógrafo mineiro morreu aos 81 anos em decorrência de complicação da malária. (Foto/Reprodução)
Morreu nesta sexta-feira (23), aos 81 anos, o renomado fotógrafo brasileiro Sebastião Salgado. A confirmação foi feita pelo Instituto Terra, organização criada por ele e sua esposa, Lélia Wanick. Salgado faleceu em Paris, por problemas decorrentes de uma malária.
Natural de Minas Gerais, nascido em 1944, Salgado deixa dois filhos. Ele iniciou sua trajetória profissional em 1973 e, ao longo da carreira, percorreu mais de cem países, desenvolvendo projetos fotográficos que ganharam reconhecimento internacional.
Um dos momentos mais marcantes de sua carreira foi a exposição “Amazônia”, exibida em São Paulo e anteriormente em importantes cidades como Paris, Londres e Roma. O projeto reúne quase 200 imagens que retratam a floresta amazônica e seus povos indígenas, resultado de sete anos de imersão do fotógrafo na região que abrange boa parte da América do Sul.
Salgado costumava dizer que a Amazônia o marcou profundamente, destacando a diversidade cultural que a região abriga, com mais de 180 povos e idiomas diferentes. A exposição foi cuidadosamente idealizada por sua esposa, que também organizou o livro homônimo lançado em 2021. Para enriquecer a experiência, o compositor francês Jean-Michel Jarre criou uma trilha sonora original utilizando sons da floresta, capturados no Museu de Etnologia de Genebra.
Ao longo dos anos, Salgado observou a devastação ambiental da Amazônia, especialmente entre as décadas de 1980 e 2000, o que o motivou a dedicar parte de sua vida para registrar e chamar atenção para a preservação desse bioma vital.
Seu trabalho não só celebrou as comunidades indígenas, mas também evidenciou os desafios que elas enfrentam atualmente, ressaltando a importância das organizações que lutam pela proteção da floresta.
Além da fotografia, Salgado viu sua arte como uma forma de expressar suas crenças, sentimentos e visão de mundo. Seu legado inclui o documentário “O Sal da Terra”, codirigido por Wim Wenders e seu filho Juliano Ribeiro Salgado, premiado em Cannes e indicado ao Oscar.
A exposição “Amazônia” segue em cartaz até 10 de julho em São Paulo e terá sua estreia no Museu do Amanhã, no Rio de Janeiro, a partir de 19 de julho.