Consumo do etanol segue em crescimento, é o que aponta os dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Em Minas Gerais, no ano passado, as vendas chegaram perto de 2,5 bilhões de litros, um crescimento de 70% em relação aos 1,46 bilhão de litros vendidos em 2017. É o maior volume comercializado em toda a série histórica, há 20 anos.
Segundo levantamento da ANP, enquanto o etanol bate recorde, a gasolina está com o menor nível de consumo dos últimos dez anos.
O mesmo avanço do etanol ocorre em Uberaba. De janeiro a setembro deste ano, foram comercializados 2,3 bilhões de litro do biocombustível, o que representa um avanço de 37,2% quando comparado com igual período do ano anterior. A tendência é de que o consumo continue em alta, principalmente, em função dos preços mais competitivos em relação aos demais combustíveis.
“Há expectativa de atingirmos 3 bilhões de litros, mas, de todo jeito, mais do que os 2,5 bilhões do ano passado já é algo garantido”, afirma o presidente da Associação das Indústrias Sucroenergéticas de Minas Gerais (Siamig), Mário Campos.
Segundo ele, o crescimento é resultado da combinação da abertura do mercado da gasolina com a chegada de empresas estrangeiras de combustíveis no Brasil, mais a competitividade do preço do etanol. “Antes, a variação do preço do etanol só dependia da safra da cana. Agora, tem influência da variação da gasolina pelo petróleo e pelo câmbio”, avalia.
A queda do preço também faz parte do conjunto de explicações para o aumento do consumo do etanol. “Há tempos o litro do etanol tem ficado abaixo de 70% do valor da gasolina. No ano passado chegamos a atingir menos de 60%, agora o etanol tem ficado perto de 65% do custo da gasolina”, explica Campos.
O bom momento já está incentivando os investimentos não só no setor sucroenergético, como em toda a cadeia. “Com maior produção, as transportadoras também tiveram que aumentar a capacidade”, destaca. De 2010 a 2017, 11 usinas foram fechadas ou paralisaram a produção em Minas, provocando o corte de 8.000 empregos. Duas delas já estão plantando cana para voltar a operar a partir do ano que vem. Juntas, vão reativar 2.000 empregos.
*Com informações O Tempo