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FORTES E FRACOS

A uma semana do início do Campeonato Mineiro, é muito difícil acertar um prognóstico sobre as possibilidades dos clubes do interior na competição...

Moura Miranda
Publicado em 03/08/2018 às 10:18Atualizado em 20/12/2022 às 14:37
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A uma semana do início do Campeonato Mineiro, é muito difícil acertar um prognóstico sobre as possibilidades dos clubes do interior na competição. Por outro lado, é muito fácil apontar quais são os grandes favoritos a conquista do titulo. A disparidade entre os fortes e os fracos do nosso campeonato regional começa na divisão do dinheiro pago pela televisão pelo direito de transmissão dos jogos. Enquanto Atlético e Cruzeiro recebem em torno de cinco milhões cada um, a importância destinada a pelo menos sete clubes do interior é inferior a 250 mil reais. Por aí dá para adivinhar que neste filme nunca o jacaré vai conseguir engolir o Tarzan. Os pequenos serão sempre pequenos e os grandes sempre os grandes. Na fórmula atual de disputa será possível algum privilegiado chegar às quartas-de-final ou semifinal, daí para frente os favoritos vão prevalecer.   Arrisco a dividir os 12 clubes que vão disputar o campeonato em três grupos de quatro clubes cada: os fortes, os intermediários e os fracos. O grupo dos fortes é fácil de ser definid Atlético e Cruzeiro como sempre; o América, que é mais forte fora de campo do que dentro, e este ano provavelmente o Tupi, que ganhou a Taça Minas Gerais e vários anos disputa com o Ipatinga o titulo de melhor time do interior. Como o time do Vale do Aço vacilou no ano passado e caiu para a Segunda Divisão, o Galo de Juiz de Fora parece que tem uma situação mais tranquila, a menos que surja novamente um Ituiutaba surpreendendo. O bloco intermediário, a princípio, tem como possíveis integrantes o Uberlândia, de volta à elite com muita motivação; o Villa Nova, que monta suas equipes com os jogadores que sobram na região metropolitana de BH; o Democrata de Valadares, que também tem facilidade de se reforçar com jogadores oriundos da Capital, e, pela campanha do ano passado no estadual e no Brasileiro da Série C, o Ituiutaba. Teoricamente, pelo que se tem notícia das dificuldades em suas preparações, os mais fracos seriam Guarani, Social, Uberaba e talvez o Rio Branco, que às vezes tem conseguido um lugar no grupo intermediário.   O torcedor colorado pode ficar na bronca e achar que é má vontade e pessimismo colocar o seu clube num possível grupo de fracos. É claro que estas conjecturas são teorias que poderão ou não se confirmar, exceção é claro do favoritismo da dupla Atlético e Cruzeiro. Às vezes acontecem surpresas como os rebaixamentos de América e Ipatinga, mas isto não acontece todos os anos. O Uberaba, todos sabem, faz tempo que não consegue sair das ultimas colocações, queira Deus que este ano a situação se modifique. Quem sabe não existam vários clubes em situações piores que o Colorado? E que este time de muitos jogadores estranhos será muito forte? Isto só ficaremos sabendo quando a bola rolar. Se depender do otimismo do técnico Michael Robin, de alguns diretores e torcedores mais fanáticos, a dupla da capital que se cuide. A frase: “Vamos disputar o título este ano” já foi ouvida algumas vezes pelos lados de Boulanger Pucci. Isto é que é otimismo, mas tomara que dê certo e o time colorado chegue pelo menos a uma semifinal. Já seria a glória para o clube que só levou sufoco nos últimos anos.   TRABALHO DE MINEIRO   Nos últimos anos quem tem trabalhado bem ao estilo mineiro é o Ituiutaba. Sem muito barulho, seus dirigentes resolveram utilizar de uma tática diferente para montar suas equipes. Ao invés de ficar pegando jogadores velhos de Minas e de São Paulo, prefere buscar jogadores desconhecidos em Estados de um futebol teoricamente inferior como Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e outros. Um detalhe curioso nos tijucanos é que eles não são apegados a jogadores e treinadores. Mesmo quem faz sucesso por lá em um campeonato dificilmente fica para o seguinte. Há uma troca geral de atletas e de membros da Comissão Técnica. Talvez por isto faz três ou quatro anos que o time vem surpreendendo positivamente.    COM A CORDA TODA   Depois de penar algumas temporadas na Segunda Divisão, o Uberlândia parece estar disposto a voltar com a corda toda este ano. Manteve a base da Taça Minas Gerais e ainda se reforçou com jogadores vindos do Atlético. Parece estar com dinheiro suficiente para não enfrentar crise financeira ao longo da competição. São bons indícios, embora isto não seja o suficiente para garantir uma boa campanha. A tabela do campeonato foi ingrata com o Verdão. Com um pouco de azar, ele pode entrar em crise logo após as primeiras rodadas. Se tiver sorte de obter bons resultados nos três primeiros jogos, contra Cruzeiro, América e Uberaba pode embalar e brigar pelas primeiras colocações.    DO INFERNO AO CÉU   O Colorado, em apenas três dias, do domingo a quarta-feira, foi do inferno ao céu. A derrota de 3x0 no domingo para o Sertãozinho, em pleno Uberabão, levou muitos a pensar no pior. Inclusive a diretoria que tomou uma decisão inédita no futebol: contratou um reforço para a Comissão Técnica. O troco dado ao time paulista lá no seu estádio serviu para retomar a motivação, que não sei como está após o bom amistoso da tarde passada em Itumbiara contra o campeão goiano de Túlio Maravilha. Qualquer que tenha sido o resultado deste jogo, todos nós devemos acreditar que no domingo o Uberaba conseguirá um destes três resultados contra o Ituiutaba no Uberabã vitória, vitória ou vitória.   Bom domingo e boa semana a todos!

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