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F-1 de cara nova

Com uma semana de recesso o circo da F-1 vive um momento crucial. O Campeonato de 2009 caminhava para o marasmo com a Brawn vencendo quase tudo, e foi só chegar os GPs da Inglaterra e da Alemanha...

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 22/07/2009 às 21:53Atualizado em 20/12/2022 às 11:33
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Com uma semana de recesso o circo da F-1 vive um momento crucial. O Campeonato de 2009 caminhava para o marasmo com a Brawn vencendo quase tudo, e foi só chegar os GPs da Inglaterra e da Alemanha que a competição ganhou outra cara. O crucial a que me refiro é se as RBR vão continuar a ganhar implacavelmente, como as Brawns faziam no começo do campeonato. A próxima etapa é na Hungria, uma pista travada e sem pontos de ultrapassagens. Guardadas as devidas proporções, é como Mônaco. Então fica claro que largar na pole é meia corrida ganha, e os carros da Red Bull não foram páreos para os carros brancos no circuito Monaguesco. A previsão do tempo indica um forte calor no domingo, mais um aliado para as Brawns.        Usando as estatísticas, tudo indica que os carros da Brawn vão voltar ao topo do podium. E se esses carros brancos novamente não conseguirem acompanhar as RBRs, como aconteceu na Alemanha, onde a temperatura não baixa como na Inglaterra? Na verdade, é o que parece no momento. Para acompanhar as RBRs na Alemanha, a equipe Brawn partiu para o desespero e adotou um acerto que consumia muito pneu, obrigando a tática de três paradas. Mas nem assim conseguiu ter um desempenho equivalente. Sem entrar no mérito da equipe sacrificar a corrida do carro 23, para beneficiar a corrida de Button. Quem vai ter o melhor carro na Hungria? Não é uma pergunta fácil de ser respondida. Pelo retrospecto vai dar Brawn, pelo desempenho apresentado nas duas últimas etapas e pelo desespero da Brawn, vai ser a Red Bull. Vamos ver no sábado, depois da Q3.          Essa situação de dúvida é o que confere graça ao campeonato, pois ver uma disputa na qual só tem um carro vencedor é bem chato. Quando um mesmo piloto faz a pole e ganha a corrida por várias vezes, torna a competição ruim. Quando é dada a largada a gente já sabe quem vai ganhar, é muito chato. É por isso que uma mudança drástica no regulamento costuma mudar as peças do jogo. Esse Campeonato de 2009 tinha tudo para ser uma competição com vários ganhadores, e não estava sendo. Isso porque três equipes quebraram um acordo de cavalheiros que os projetistas tinham entre si há mais de quinze anos. Então, porque a Williams e a Toyota não ganharam provas até aqui? A verdade é que uma não tem verba para desenvolver um bom projeto e a outra, ao contrário, tem muita bala na agulha, mas não tem um bom corpo técnico. Já a Brawn (Honda) vinha desenvolvendo o carro de 2009 desde maio de 2008, mas também não está nadando em um bom orçamento.       O diferencial de tudo é o gênio de Adrian Newew, que fez um carro vencedor sem quebrar o acordo de cavalheiros. Já na primeira corrida do ano, Vettel seria no mínimo o segundo colocado se não cometesse aquela estúpida manobra sobre o Kubica, no final da corrida. Vettel ganhou na China e na Inglaterra e passou perto na Turquia, foi o segundo no Bahrein. Como na Austrália, fez besteira em Mônaco. Webber também está sempre por perto e ganhou a última etapa. A Red Bull, ao contrário da Brawn, parece favorecer o segundo piloto. A RB5 é um projeto diferente de todos e suas características próprias, como a suspensão, já é copiada pelos rivais.           Por falar em copiar, a McLaren não esconde que para 2009 não vai criar mais nada, só copiar, e a fórmula já começou a dar certo, pois a primeira MP4- 24 XEROX vinha se dando muito bem na Alemanha, até aquele toquinho de Webber em Hamilton. E deve aparecer bem na Hungria, pelas mãos de Hamilton. A Ferrari já declarou que trabalha forte no carro do ano que vem. Mas o podium de Massa na Alemanha deve melhorar o clima no box italiano. Já o finlandês está devendo uma boa apresentação, e seria o melhor a fazer para calar a turma que o está tirando do carro italiano. A Ferrari deve se mostrar melhor na Hungria.        O lado fofoqueiro do Padock toda hora apronta para cima do finlandês, às vezes o aposentam para o ano que vem e às vezes o colocam na Brawn. Na Brawn? Mas no lugar de quem? Esse lado fofoqueiro também está colocando o Barrichello na Williams e na Toyota. Logo na Williams, sendo que Frank Williams foi o primeiro a falar mal da atitude do brasileiro de descer a lenha em sua equipe, assim que desceu do carro na Alemanha. As palavras de Rubens para a Globo repercutiram como nunca no Padock. Depois da classificação do GP alemão ficou claro o motivo pelo qual a Brawn não chutou o brasileiro ainda, o caso em questão foi a TV ter transmitido uma conversa de Button com seu engenheiro, na qual ele perguntava ao inglês se este iria usar um jogo de pneus para uma única tentativa ou se o usaria para três voltas rápidas. Button disse que iria esperar para ver o que Barrichello faria, para ele o copiar. O homem que acerta o carro na equipe é o segundo piloto, e eles sabem que precisam dele até o final do ano, para tentar o campeonato de pilotos, pois o de construtores já está ameaçado.   Felicidades a todos!

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