Ao se abalançar a focalizar a evolução de cidade, região ou país, indispensável se basear
Introdução
Ao se abalançar a focalizar a evolução de cidade, região ou país, indispensável se basear em duas premissas, sem o que não se terá visão real e sistêmica da realidade. A primeira, é que a sociedade humana, pauta-se pelas atividades econômicas e o estado das forças produtivas, estas determinantes, por sua vez, das relações de produção. A segunda, é a perspectiva dinâmica da História, ou seja, sua contínua transformação.
Uberaba nasceu, como não poderia deixar de ser, sob o signo da economia. Esvaindo-se pouco a pouco a produção aurífera do Desemboque, suas lideranças mais lúcidas, cônego Hermógenes Cassimiro de Araújo Bruonswick e seu primo Antônio Eustáquio da Silva e Oliveira, informados por entrantes a oeste daquela povoação da qualidade das terras da região da futura Uberaba, acrescida da circunstância de nelas passar a via Anhanguera com o trânsito de caravanas e tropas entre São Paulo e Goiás e vice-versa, não tiveram dúvida de que nela encontrariam a possibilidade e a viabilidade econômica regional, vindo, ambos, pessoalmente verificar in loco essas informações.
Período de 1827-1855
Estabelecido o arraial na década de 1810, logo na seguinte deu-se o primeiro choque econômico (adotando-se a terminologia de Hildebrando Pontes, primeiro e até agora o único a tratar do assunto sob essa perspectiva) com o estabelecimento pelo já então sargento-mor (major) Eustáquio de porto em Delta, do desvio da Anhanguera para aquela localidade e da navegação dos rios Grande e Moji Guaçu para comercialização do sal, que de Uberaba encaminhava-se para Goiás e Mato Grosso.
“Foi ainda dentro desse lapso de tempo que o major Eustáquio dotou Uberaba com dois melhoramentos de natureza relevante: a abertura do porto de Ponte Alta, em sociedade com o vigário Antônio José da Silva, e a navegação do rio Moji Guaçu até ao rio Grande, para o transporte de sal, um dos gêneros de primeira necessidade e ainda muito escasso no país” (Hildebrando Pontes. História de Uberaba e a Civilização no Brasil Central, p. 90/91). (Continua...)