Abro o jornal. As coisas estão fervendo lá no Oriente Médio. Árabes e judeus não se entendem
Abro o jornal. As coisas estão fervendo lá no Oriente Médio. Árabes e judeus não se entendem. “Shalom”, “Salam”, falam em paz, mas se odeiam. Vivem em contínua agressão. Por quê? Nem mesmo eles sabem. É ódio milenar.
Falo de árabes e judeus, mas o problema é universal. O entendimento entre nações não mais existe. Pior: não existe paz entre nós. O mal é ainda mais profundo, nem sempre existe paz dentro de nós. Alimentamos reservas e antipatias. Não aceitamos perdoar os que nos ofendem.
É moda falar em visão holística. Trata-se de uma visão aglutinante, abrangente, toda a Natureza é um Todo. Todas as coisas estão ligadas umas às outras. Por isso devem se entender e lutar pela unidade. Pura teoria. Muito bonita, mas não funciona. O homem é egoísta e faz de si mesmo o centro de tudo. Lucro, fama, poder, giramos ao redor disso. Como não conseguimos, perdemos a paz. Agredimos. Desrespeitamos uns aos outros. Nós nos tornamos amargos.
Quando descobrimos que somos pessoas humanas, filhos amados por Deus, quando descobrimos que todos aqueles que gravitam ao redor de nós estão à procura do mesmo caminho, começamos a compreender que vale a pena viver. O ódio, a antipatia, a malquerença não levam a nada. Alimentamos um câncer que nos rouba a paz.
Nós nos queixamos sempre que nos falta alguma coisa. Não sabemos do que se trata. Curtimos uma avassaladora necessidade de amar e ser amados. Então sofremos e passamos a vida curtindo nossas frustrações. Nossas rejeições. Nossos complexos.
Sentado diante do computador, sem saber mais o que dizer, lembrei-me de uma oração de Santa Teresa de Ávila, muito conhecida e muito profunda. É uma oração que devíamos rezar todos os dias.
“NADA TE PERTURBE. NADA TE ASSUSTE. TUDO PASSA. SÓ DEUS NÃO MUDA. A PACIÊNCIA TUDO ALCANÇA. QUEM TEM DEUS NADA LHE FALTA. SÓ DEUS BASTA”. Shalom!
(*) Membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro