POLÊMICA

Judô muda regra, e movimento que tirou medalha do Brasil na Olimpíada de Paris volta a valer

Diante das mudanças, Rafaela Silva não teria sido eliminada das Olimpíadas de Paris durante a disputa da medalha de bronze

Agência Estado
Publicado em 17/12/2024 às 10:52
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Rafael Silva, do judô do Brasil, nas Oimpíadas de Paris 2024 (Foto: Alexandre Loureiro/COB)

Rafael Silva, do judô do Brasil, nas Oimpíadas de Paris 2024 (Foto: Alexandre Loureiro/COB)

A Federação Internacional de Judô (FIJ) divulgou nesta semana que novas regras para o novo ciclo olímpico. De acordo com a entidade, a modalidade sofreu muitas críticas nos Jogos de Paris 2024, principalmente, devido a diversos lances que confundiram os torcedores. A mudança, segundo a própria FIJ, é para deixar a modalidade mais dinâmica. A grande novidade é o fim da punição por "mergulho de cabeça".

Antes, o estatuto vigente do judô incentivava que esportistas buscassem ganhar as lutas por meio de punições, os shidos, em vez de tentar pontuar com golpes e imobilizações.

Na tentativa de dar mais dinamismo aos combates, a FIJ fez voltar aos tatames o yuko, uma pontuação menor do que o waza-ari e o ippon válidos atualmente. A Federação determinou ainda que o ponto será conquistado com cinco segundos de imobilização, mas não deixou claro no texto se a marcação para projeções será feita como antigamente. Retirado em 2017, após os Jogos do Rio, o yuko costumava ser marcado quando um judoca arremessava o seu oponente de lado.

A entidade também autorizou o retorno do "mergulho de cabeça". Esse tipo de estratégia faz com que o judoca apoie sua cabeça no chão para projetar o adversário ou se defender de quedas e, por conta do alto risco de lesões cervicais, era proibido e penalizado com desclassificação até então. Foi esse movimento que acabou desclassificando a brasileira Rafaela Silva na luta pelo bronze nos Jogos de Paris. A proibição continua para eventos de cadetes (atletas menores de 18 anos).

O regulamento permite ainda o retorno do seoi-nage invertido, mais conhecido como "seoi coreano". A proibição dessa variação do golpe seoi-nage foi determinada no último ciclo olímpico e gerava reclamações entre judocas. A Federação alegava preocupações com a falta de segurança do ataque. A projeção permanece proibida para as categorias de cadetes.

As catadas de perna continuam ilegais. No entanto, agora, o judoca pode segurar no "casaco" do seu oponente até o nível da parte superior da coxa, abaixo da faixa, desde que não atrapalhe a luta com isso. Antes, segurar em qualquer parte do kimono adversário abaixo da faixa era punido.

Também na busca por combates mais dinâmicos, a Federação estabeleceu um tempo limite para que um atleta comece a atacar. A partir do momento em que estabelece uma pegada no kimono de seu oponente, um judoca tem até 30 segundos para realizar uma entrada de golpe efetiva. As regras informam ainda que "ações positivas no ne-waza (luta no solo) serão levadas em consideração".

O novo regulamento passará a valer a partir do Grand Slam de Paris, que será disputado entre os dias 1 e 2 de fevereiro do ano que vem. As regras serão revisadas após a realização do Mundial na Hungria, que acontecerá entre os dias 13 e 20 de junho de 2025.

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