O volante Marcos Antônio, o Marcão do Fabrício, aos 51 anos, desperta a inveja da garotada que joga futebol. No futebol Amador há quase quarenta anos, Marcão nunca tentou carreira no futebol profissional. “O que acontece é que na minha época eram muitos os jogadores bons. Hoje caiu. Talvez se tivesse começando agora até arriscaria o profissional. Antigamente tinha bons atacantes no futebol Amador, agora nem tanto. Questionado se faltou incentivo para se profissionalizar no futebol, ele afirma que isso não aconteceu. Preferiu colecionar títulos com o Amador e deixar amigos pelos times que passou. Marcão, que atualmente joga no Fabrício, passou pelo Beira Rio, Bonsucesso, Santa Marta, Madureira e Vila Nova e, de certa forma, se vê ligado aos times até hoje. Para o mecânico e técnico agrícola, o futebol Amador da cidade perdeu muito a partir do momento que começou a pagar os jogadores. “Ninguém joga pelo time mais, só pelo dinheiro. Quando eu comecei a jogar bola, o Amador era amador de verdade e era muito melhor de jogar. Jogávamos pela camisa, sem interesse em nada. O interesse era um churrasco, uma cervejinha depois do jogo com os amigos. Éramos todos amigos. Uma enorme família. Para mim, o futebol Amador acabou, principalmente a nível técnico. Tem jogador super novo, que sai do profissional, se acha o melhor de Minas. Chega no domingo eu, com 51 anos, marco este jogador no campo”. Marcão afirma que as suas pretensões com o futebol é ajudar a equipe do Fabrício e por lazer. Para ele, não tem nada melhor que ter o futebol no domingo pela manhã, acompanhado pela esposa Ylka e o seu garotão Marco Antônio Ávila Filho. E destas intermináveis manhãs, Marcão guarda emoções e muitos títulos, e avisa: enquanto ele aguentar e tiver força nas pernas para chutar a bola, ele vai jogar futebol. Marcos Ávila recebe o Troféu de Atleta Amador 2009 do Grupo JM de Comunicação. “Primeiro, eu agradeço a Deus por me dar saúde, aos meus pais também, por terem me dado educação e caráter para estar a tanto tempo neste grupo e não ter inimizades, apenas amigos. Quero ser lembrado como uma pessoa boa, que passou as suas experiências e que luta para o futebol Amador da cidade não acabar”.