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Após gravações e pressão, Santos suspende contrato de Robinho. Ele fala em 'equívoco'

Agência Estado
Publicado em 17/10/2020 às 13:37Atualizado em 18/12/2022 às 10:22
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Robinho chegou ao Santos como grande contratação para a temporada. Era a aposta de marketing para um clube que está sem patrocínio master desde o final de 2018 e poderia repetir boas atuações e trazer os holofotes, como conseguiu em suas outras passagens

Depois da pressão de patrocinadores e torcedores, o Santos optou por encerrar o contrato com o atacante Robinho. O clube divulgou na noite desta sexta-feira uma nota informando que suspendeu a validade do contrato com o jogador.

"O Santos Futebol Clube e o atleta Robinho informam que, em comum acordo, resolveram suspender a validade do contrato firmado no último dia 10 de outubro para que o jogador possa se concentrar exclusivamente na sua defesa no processo que corre na Itália", anunciou a direção do clube.

Pelas redes sociais, Robinho também fez o anúncio. "Com muita tristeza no coração, venho falar para vocês que tomei a decisão junto do presidente de suspender meu contrato neste momento conturbado da minha vida. Meu objetivo sempre foi ajudar o Santos Futebol Clube. Se de alguma forma estou atrapalhando, é melhor que eu saia e foque nas minhas coisas pessoais. Para os torcedores do Peixão e aqueles que gostam de mim, vou provar minha inocência", disse o jogador.

Robinho chegou ao Santos como grande contratação para a temporada. Era a aposta de marketing para um clube que está sem patrocínio master desde o final de 2018 e poderia repetir boas atuações e trazer os holofotes, como conseguiu em suas outras passagens. Mas a condenação por estupro em 1ª instância na Itália - a decisão do Tribunal de Milão ainda não é definitiva e é alvo de contestação da defesa do jogador - ganhou enorme repercussão nos últimos dias e a pressão dos patrocinadores aumentou bastante.

Muitas empresas que estampam suas marcas na camisa do Santos já avisaram que, se o contrato com o atacante não fosse rescindido, o patrocínio seria retirado. A primeira a tomar a iniciativa foi a Orthopride, que já rompeu o contrato de patrocínio que tinha com o clube até fevereiro de 2021. A empresa de ortodontia estética estampava sua marca dentro do número das camisas e não quis ter seu nome atrelado a um jogador condenado por estupro.

Nesta sexta, uma reportagem do site GE.com revelou detalhes da sentença condenatória que deixaram o jogador em situação mais delicada.

De acordo com a investigação, Robinho e outros cinco amigos, incluindo Ricardo Falco, que também foi condenado, levaram a mulher ao camarim de uma boate chamada Sio Café, em Milão, e lá abusaram sexualmente dela. O caso aconteceu em 22 de janeiro de 2013, quando o atleta defendia o Milan. Os outros suspeitos deixaram a Itália ao longo da investigação, e por isso a participação deles no ato é alvo de outro processo.

EQUÍVOCO

A defesa de Robinho se posicionou a respeito dos detalhes do processo em que o jogador foi condenado a nove anos de prisão em primeira instância na Itália por estupro coletivo contra uma jovem de origem albanesa. Os advogados do atleta, anunciado como reforço do Santos no último fim de semana, afirmaram que houve um "equívoco de interpretação" em relação às conversas gravadas com autorização judicial e divulgadas pelo GE.Globo nesta sexta-feira e voltaram a negar que o atacante seja culpado pelo crime.

Transcrições de interceptações telefônicas realizadas com autorização judicial e divulgadas pelo site mostraram que Robinho revelou ter participado do ato que levou uma mulher albanesa a acusar o jogador e cinco amigos de estupro coletivo, em Milão. Em 2017, a Justiça italiana se baseou principalmente nessas gravações para condenar o atacante em primeira instância.

De acordo com a investigação, Robinho e outros cinco amigos, incluindo Ricardo Falco, que também foi condenado, levaram a mulher ao camarim de uma boate chamada Sio Café, em Milão, e lá abusaram sexualmente dela. O caso aconteceu em 22 de janeiro de 2013, quando o atleta defendia o Milan. Os outros suspeitos deixaram a Itália ao longo da investigação, e por isso a participação deles no ato é alvo de outro processo.

Segundo os advogados de Robinho, Alexander Guttieres, Franco Moretti e Marisa Alija, ele não é culpado pelo crime e a relação sexual foi consentida. "O jogador reitera que não cometeu o crime do qual é acusado e que sempre que se relacionou sexualmente foi de maneira consentida", diz trecho da nota oficial enviada ao Estadão.

A defesa do jogador afirmou que "não houve violência sexual, tampouco admissão de culpa nas interceptações telefônicas". Também declarou que "há nos autos provas suficientes da inocência de Robinho" e que existem "outras que ainda serão apresentadas à Justiça italiana que certamente levarão à sua absolvição".

Para os advogados, houve um erro de interpretação da Justiça na tradução dos diálogos para o idioma italiano. "Há diversas conversas interceptadas que não foram corretamente traduzidas para o idioma italiano, o que levou ao equívoco de interpretação", afirma o comunicado.

A decisão do tribunal de Milão, proferida em 2017, ainda não é definitiva e foi alvo de contestação das defesas do jogador do Santos e de Ricardo Falco, o outro amigo condenado. 

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