É importante, na educação que se quer plena
É importante, na educação que se quer plena, que o aluno domine a fala e a escrita, de forma que se integre bem no meio social em que vive. Como educadora, fico feliz quando percebo que os alunos sabem redigir com criatividade. E isso deve ser despertado de forma constante.
Apresento aos meus leitores o texto do aluno João Victor de Oliveira Souza, do oitavo ano do Ensino Fundamental do Colégio Nossa Senhora das Graças, aluno da Profa. Elisabete Andrade Prata Gonçalves:
Um Inesquecível Encontro*
“Era manhã de inverno, todos estavam fazendo os preparativos para o Natal. Fui até a praça do meu bairro para tomar um ar. Não aguentava mais tanta correria, desespero e afobação daquelas pessoas. Aquela praça era calma, quase não ia ninguém lá. Também tinha muitas árvores, o que tornava o ar poluído da cidade mais puro e fresco. Adorava andar por aquela praça, ouvir o canto dos pássaros, sentir o ar puro e gelado em meu rosto. Fui me sentar no banco, depois de uma bela caminhada. Após um tempo, percebi, ao meu lado no banco, um homem, e ele estava escrevendo em um bloco de anotações.
Fiquei analisando aquele homem, até perceber que ele era Carlos Drummond de Andrade. Fiquei curioso em saber o que ele escrevia e então não resisti e perguntei o que estava escrevendo. Ele me disse que era uma história sobre o Natal. Perguntei a ele o que contava a história e ele começou:
“Conto a história de uma família bem pobre, eles tinham três filhos, que sempre sonharam em ter brinquedos novos e tecnológicos, mas nunca tiveram, pois a mãe não tinha dinheiro para comprar. Em certa manhã de Natal, um homem muito rico passava em frente à casa dos meninos pobres e os ouviu pedindo à mãe brinquedos, e a mãe falando que não tinha dinheiro para comprar. O homem ficou desolado com a pobreza daquela família. Então foi à loja, comprou alguns brinquedos, uma roupa de Papai Noel: ele iria presentear aquela família. A noite havia chegado, e então o homem foi até a casa, abriu a porta e entregou um saco de brinquedos aos meninos, e um envelope. Quando a mãe abriu o envelope, viu que ele lhe havia dado...” Escrevi até aqui, disse Carlos.
Fiquei muito curioso para saber mais sobre a história, perguntei a ele o que iria acontecer na história, então ele disse: “Você vai ter que ler para saber.” E então foi embora.
Fiquei impressionado com tamanha criatividade, imaginando de onde ele a tirava, e então percebi que sua criatividade vinha do coração. Fiquei tão interessado que comecei a escrever.”
*O texto fez parte de publicação por iniciativa da Fundação Cultural (incentivadora: Lisete Resende), por ocasião do 2º Arraial das Letras – Feira Literária de Uberaba.
(*) Educadora do Colégio Nossa Senhora das Graças e membro da Academia de Letras do Triângulo Mineiro