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Enfim no seleto grupo

Foram nove meses de espera pela vitória de número 100 de pilotos brasileiros na F1. Desde o dia 02 de novembro de 2008, vitória de Massa em Interlagos...

Reginaldo Baleia Leite
Publicado em 26/08/2009 às 23:05Atualizado em 20/12/2022 às 10:56
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Foram nove meses de espera pela vitória de número 100 de pilotos brasileiros na F1. Desde o dia 02 de novembro de 2008, vitória de Massa em Interlagos, que estávamos na espera. E a vitória veio justamente com o piloto cobrado e polêmico de nossa curta história na F1. Tudo começou com Emerson em 1970. Mas foi Rubens Barrichello, o piloto que conseguiu a emblemática vitória de número 100. Também conhecido como Burrinho e muitas vezes lembrado com deboche pelos programas humorísticos da TV brasileira. Ele não importa como é tratado por boa parte da mídia brasileira, o que importa é que ele está sempre tentando, algumas vezes injustiçado e outras falando demais. Mas o que importa para nós brasileiros, é que a difícil marca foi obtida. Agora a meta é superar a Alemanha, já que o Reino Unido é muito difícil.   A vitória do brasileiro parecia impossível, pois largar em terceiro, numa pista de rua já era meio caminho para não acreditar. Mas a pole foi conquistada com um carro bem mais leve e era aí que morava o pulo do gato, o que era desvantagem para a classificação, transformou-se em vantagem na corrida. Já na entrevista antes da prova, o brasileiro dizia que não seria nada fácil ultrapassar os dois carros à sua frente, por usarem o KERS, e que sua esperança residia na estratégia. E assim foi feit Rubens largou com pneus duros, enquanto as McLaren estavam com os moles e depois da primeira roda de abastecimento, o brasileiro, ainda com pneus duros, já havia conquistado o segundo posto do Kovalainem. E partiu para cima do inglesinho. A luta era contra o cronômetro, pois os dois nunca duelaram diretamente na pista. Cada um dava o melhor de si e nesse combate Rubens conseguiu a melhor volta entre os dois. Mais a melhor volta da prova ficou inacreditavelmente com Timo Glock, que terminou apenas em 14º.   Voltando ao duelo da ponta, toda vez que um baixava o tempo o outro respondia na próxima volta com um tempo melhor. Vale ressaltar que a McLaren usou uma versão de chassis mais curto para essa etapa. Que não foi devidamente testado, e durante a prova toda vez que o inglesinho forçava muito o ritmo, os pneus traseiros iam esquentado e desgastando precocemente. O que provocou uma repentina parada antes do previsto e pegou os mecânicos da equipe inglesa despreparados, e assim fizeram um pit a lá Ferrari, nos seus melhores momentos com Massa. O demora dos mecânicos ajudaram Barrichello, mais isso não desmerece sua vitória, pois nosso representante foi eficiente o tempo inteiro e não deu trégua ao oponente. E desta feita, o pessoal de sua equipe não tinha como armar nenhuma artimanha contra o brasileiro para favorecer Button, que se perdeu já na largada, caindo de quinto para oitavo. Não tendo assim como ser favorecido em detrimento a Barrichello. Na única oportunidade que o brasileiro teve de correr somente por si, isto é, com Button sem chances de chegar por perto, venceu.   Essa etapa mostrou dois espectros distintos. A Brawn voltou a ser competitiva e Red Bull se mostrou bem diferente das últimas etapas. Pelo lado da Brawn, as férias serviram para que o staff  técnico da equipe refletisse sobre o péssimo desempenho que vinham apresentado, pois o carro havia ganhado seis das sete primeiras etapas desse campeonato, e assim voltaram a usar as configurações que usavam no começo do ano e que pelo menos nesse circuito de rua deu certo. Mas para a próxima etapa, que será no ótimo circuito de Spa-Francorchamps, os carros da Red Bull, têm tudo para voltarem a ser competitivos. Mas para o lado de Vettel o tempo fechou, o piloto terá apenas dois motores para correr em seis etapas. E quem deve estar rindo à toa é o Jenson Button, que ainda tem dezoito pontos de vantagem para seu mais próximo perseguidor, que é nada mais nada menos que seu escudeiro, quer dizer, seu companheiro de equipe.  Foi prazeroso ouvir o hino brasileiro novamente na F1, e desta vez Rubinho não chorou no podium, mas antes, na conversa pelo rádio depois da bandeirada, ele não se conteve. Um detalhe curioso e muito raro no paddock, foi ver que integrantes de quase todas as equipes, cumprimentaram ou saudaram o piloto brasileiro. Rubens mereceu esta vitória e demonstrou mais uma vez que para ganhar uma corrida, ele tem mais adversários que seus concorrentes, sendo assim, espero que Button continue a largar mal. Parabéns Rubinho. Foi uma vitória de raça, competência e muita vontade.   Felipe Massa continua sua recuperação. Mas sinto que a equipe vermelha está muito cautelosa quanto ao retorno do brasileiro. Parece que não são todos dentro da equipe que acreditam que nosso piloto pode voltar ao volante de um F1. Por outro lado, Massa deve ir para os EUA para realizar uma bateria de exames com o maior especialista em traumas craniano e só aí poderemos saber realmente seu estado clínico. A torcida é para que ele volte logo e ainda mais rápido do que era. Felicidades a todos!

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